Iraque: PMA alerta para “relatos desesperados” de famílias em Mossul
Agência da ONU expressou “profunda preocupação” com situação humanitária de milhares de pessoas no local; oeste da cidade está sob controle do grupo terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante, Isil e é alvo de ofensiva militar de forças iraquianas.
Laura Gelbert Delgado, da ONU News em Nova Iorque.
O Programa Mundial de Alimentos, PMA, emitiu comunicado expressando “profunda preocupação” com a situação humanitária enfrentada por milhares de famílias no oeste da cidade de Mossul, no Iraque.
A agência da ONU afirmou que mais de 750 mil pessoas estão vivendo em situação muito difícil no local. A área é alvo de ofensiva militar de forças iraquianas para retomar a parte oeste de Mossul, que está sob controle pelo grupo terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante, Isil.
“Situação inacreditável”
Embora o acesso à informação sobre as condições no oeste de Mossul seja limitado, equipes do PMA e parceiros conversaram com algumas famílias dentro da cidade.
Através de entrevistas, por telefone, diversos habitantes afirmaram que não havia acesso à comida. Devido ao aumento dos combates, muitas pessoas disseram ter medo de sair de casa para buscar alimentos essenciais.
Dentro da cidade, um homem declarou que a “situação é inacreditável". Ele afirmou que “não há comida, água limpa, gás para aquecimento, remédios ou serviços”.
Prontidão
A representante do PMA no Iraque, Sally Haydock, afirmou que a agência está monitorando as linhas de frente e está pronta para fornecer assistência alimentar imediata assim que as famílias puderem ser acessadas com segurança.
Até o momento, o Programa já forneceu comida para mais de 6 mil pessoas que fugiram de aldeias próximas. A maioria chegou aos campos de Hamam Al Alil, Qayyarah Jeda’a e Haj Ali.
O PMA tem alimentos suficientes estocados para cobrir as necessidades imediatas de 770 mil pessoas que moram na área oeste de Mossul.
Graças a contribuições do Canadá, da Comissão Europeia, da Alemanha, do Japão, da Arábia Saudita e dos Estados Unidos, a agência da ONU tem fornecido comida a mais de um milhão de pessoas desde o início da ofensiva em Mossul em outubro do ano passado.
O apoio foi fornecido a todas as famílias deslocadas nos campos, às que permanecem no leste de Mossul e também às que estão em áreas retomadas na região.
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