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ONU prepara conferência para apoiar 11 milhões na Bacia do Lago Chade

Foto: Unicef/Andrew Esiebo (arquivo)

ONU prepara conferência para apoiar 11 milhões na Bacia do Lago Chade

Em Oslo, organização busca viragem na situação humanitária da região africana; Nigéria alberga mais de 75% dos necessitados; conflito com Boko Haram cria mais necessidades nos Camarões, no Chade e no Níger.

Eleutério Guevane, da ONU News em Nova Iorque.

As Nações Unidas mobilizam a comunidade internacional para contribuir com US$ 1,5 mil milhão para assegurar apoio humanitário para cerca de 11 milhões de pessoas dos países da Bacia do Lago Chade.

Trata-se dos Camarões, do Chade, do Níger e da Nigéria, onde cerca de 500 mil de crianças sofrem de malnutrição severa.

Necessidades

O subsecretário-geral para os Assuntos Humanitários, Stephen O’Brien disse haver grandes necessidades nas áreas afectadas pelo grupo terrorista Boko Haram.

O representante revelou à ONU News, em Nova Iorque, os últimos acertos da conferência de doadores a decorrer na sexta-feira na capital norueguesa, Oslo.

O’Brien afirmou que cerca de 8,5 milhões de pessoas vivem no nordeste da Nigéria nos Estados de Borno,Yobe e Adamawa, com uma grande concentração na cidade de Maiduguri. Ele contou que o esforço contínuo das agências da ONU, os seus parceiros e ONGs é feito em áreas onde há necessidades básicas como de alimentos, mediamentos, água potável e para melhorar as condições para ajudar um grande número de deslocados a recomeçar a vida depois de perderem as casas.

As Nações Unidas estimam que  2,3 milhões de pessoas vivem como deslocados na região onde outros 7 milhões de cidadãos passam fome.

Parcerias

O chefe humanitário apelou à generosidade dos doadores e que “seja garantido o financiamento que vai ajudar a ONU e as ONGs parceiras a chegar aos habitantes de áreas remotas e a trabalhar em áreas de inseguras.”

O também chefe do Escritório da ONU para os Assuntos Humanitários, Ocha, quer que este ano a conferência “marque um ponto de viragem” no auxílio à área africana.

Além da assistência às vítimas do conflito, as Nações Unidas pretendem evitar o retorno de crianças-soldado aos grupos armados.