Governo do Sudão do Sul declara estado de fome
Pelo menos 4,9 milhões de pessoas carecem de alimentos; agências humanitárias alertam que sem ajuda, crise pode espalhar-se para outras áreas do mais novo país do mundo.
Eleutério Guevane, da ONU News em Nova Iorque.
O governo do Sudão do Sul declarou situação de fome em algumas regiões do estado de Unidade, no centro-norte do país. No total, a mais nova nação do mundo tem cerca de 100 mil pessoas que vivem nessa situação.
Segundo as Nações Unidas, mais de 1 milhão de pessoas estão à beira de passar fome devido à combinação da guerra civil e do colapso económico.
Conflito
A declaração formal da situação de fome em áreas de Unidade indica que já começam a morrer pessoas na que é considerada “a pior catástrofe” desde o início do conflito há mais de três anos.
O quadro integrado de classificação da segurança alimentar indica que 4,9 milhões de pessoas precisam de alimentos no país. O alerta das agências humanitárias é de que a crise pode espalhar-se se não houver ajuda.
A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, o Fundo da ONU para a Infância, Unicef, e o Programa Mundial de Alimentação, PMA, querem medidas urgentes para evitar a morte de mais pessoas.
Sofrimento
Com uma assistência adequada e sustentada, a ser dada com urgência, a situação de fome pode ser melhorada nos próximos meses e ser atenuado o sofrimento das vítimas.
Mas se nada for feito para reduzir a expansão da insegurança alimentar, prevê-se que 5,5 milhões de pessoas vivam nessa situação durante o auge da temporada de escassez, em julho.
As agências revelam que os três anos de conflito prejudicaram a produção agrícola e os meios de subsistência rurais em todo o país. Desde que a violência piorou, em julho passado, a produção de alimentos foi arrasada incluindo em áreas que antes eram estáveis.
A taxa anual de inflação aumentou até 800% e a falha nos mercados das áreas mais dependentes do comércio para atender às necessidades alimentares agravaram a situação.
Nas áreas urbanas, as populações tentam lidar com o enorme aumento dos preços dos artigos alimentares básicos.
Desde o início do conflito, a FAO, o PMA e o Unicef realizaram operações de socorro com parceiros. Em 2016, as três entidades realizaram várias campanhas em massa para atenuar os efeitos da crise humanitária.
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