Cimeira da União Africana tem apelo em prol das raparigas com Sida
São 8,6 mil novas infeções por semana; em evento paralelo à reunião que decorre em Adis Abeba, diretor da Onusida lamenta lacuna entre retórica e implementação de programas de género; mais da metade dos que vivem com HIV no continente são mulheres.
Leda Letra, da ONU News em Nova Iorque.
Segundo o Programa Conjunto da ONU sobre HIV/Sida, Onusida, novas infeções por HIV atingiram 310 mil raparigas entre 15 e 24 anos no continente africano, isso em 2015.
O volume equivale a 8,6 mil novos casos de Sida por semana entre as raparigas de África. O leste e o sul do continente têm 19 milhões de pessoas com o vírus, sendo que 59% são mulheres. Elas também representam mais da metade entre todas as pessoas com HIV nas zonas oeste e central do continente.
Apoio internacional
As estatísticas foram discutidas durante um pequeno almoço especial sobre género, durante a Cimeira da União Africana, a decorrer em Adis Abeba, na Etiópia.
O diretor-executivo do Onusida, Michel Sidibé, esteve presente, ao lado dos embaixadores da Austrália, do Canadá e da Suécia, de ministros e de representantes da sociedade civil e do setor privado.
O encontro teve em vista conseguir mais apoio internacional em prol das adolescentes e das jovens mulheres africanas. Michel Sidibé declarou que “depois de mais de 35 anos de cartas, declarações e acordos, ainda existe uma grave lacuna entre retórica e implementação de programas sobre igualdade de género”.
Parceria
No evento, o Ministério do Desenvolvimento Internacional da Austrália lançou uma parceria com a União Africana, no valor de US$ 1 milhão. O financiamento segue para a criação de um observatório de género, que deverá produzir estratégias anuais e informações sobre as condições das mulheres em África.
Por sua vez, o embaixador canadiano na Etiópia, Philip Baker, afirmou que o Canadá terá um programa internacional com foco na igualdade de género. O secretário-geral da ONU também participa na Etiópia da Cimeira da União Africana.
Na segunda-feira, António Guterres defendeu o empoderamento das mulheres e ressaltou que a paridade de género é uma das prioridades de sua gestão.
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