FMI analisa danos causados pela crise de petróleo à economia de Angola

Diretores destacam combinação de crescimento nulo, baixa na renda de impostos, redução de exportações e subida da inflação; Luanda recomendada a conter salários, a fazer mais investimento público e a rever subsídios.
Eleutério Guevane, da ONU News em Nova Iorque.
O Produto Interno Bruto de Angola deverá avançar 1,3% em 2017, após o crescimento nulo verificado do ano passado.
O Fundo Monetário Internacional, FMI, indica que desempenho do ano passado deveu-se à crise do preço do petróleo iniciada em 2014, que reduziu substancialmente a receita fiscal e as exportações além de acelerar a inflação.
Mercado de câmbios
Uma análise do diretores do órgão recomenda políticas monetárias e cambiais com um papel central para voltar a equilibrar o mercado cambial. O FMI destaca que é preciso “preservar a saúde do setor bancário angolano”.
Os líderes do órgão felicitam as autoridades de Luanda pelas medidas tomadas para mitigar o impacto do choque petrolífero. Entretanto, o FMI pede novas medidas para estabilizar a macroeconomia, fazer frente à dependência do petróleo de uma forma mais enérgica e diversificar a economia.
O outro fator que também mereceu elogios foi a consolidação do orçamento primário não-petrolífero. A recomendação é que continue o ajuste do orçamento para baixar a dívida pública.
Investimento
Para os diretores do FMI, deve haver esforços concertados para conter o crescimento da massa salarial, melhorar a qualidade do investimento público e continuar a racionalizar os subsídios.
A outra sugestão é que Angola tenha a assistência social mais orientada aos pobres e reforce as receitas do setor não petrolífero, que incluem aplicar o IVA em devido tempo.
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