Cabo Verde vai colher experiências do Brasil para lidar com o zika
Unicef apoia viagem de técnicos do país africano para um intercâmbio em território brasileiro a partir deste mês; intercâmbio é parte da cooperação Sul-Sul; vírus está presente em 75 países.
Eleutério Guevane, da ONU News em Nova Iorque.
Um grupo de técnicos cabo-verdianos desloca-se este mês ao Brasil para interagir com a realidade local no apoio especializado às crianças afetadas pelo vírus do zika, revelou o Fundo da ONU para a Infância, Unicef.
A vice-representante da agência em Cabo Verde, Ilaria Carnevali, contou à ONU News, da Cidade da Praia, que a experiência faz parte da aprendizagem Sul-Sul.
Prevenção
O objetivo é melhorar o auxilio social e o apoio médico psicossocial às crianças que tiveram a síndrome congénita como resultado da infeção pelo vírus.
“(O programa) é entre especialistas e em comunicação com centros de referência no Brasil para trocar melhores práticas e vir enriquecer as experiências nacionais dos dois países relativamente à prevenção, de um lado, e a acompanhamento dos casos do outro.”
Desde 2015, Cabo Verde registou mais de 1 mil casos confirmados da infeção sendo considerado o país mais afetado em África. Carnevali disse que há casos suspeitos no arquipélago e que 15 crianças tiveram microcefalia.
Aedes aegypti
A Guiné-Bissau e o Gabão são as outras nações africanas que constam na lista dos 75 países do mundo onde o vírus zika está presente.
No relatório de janeiro, a Organização Mundial da Saúde, OMS, disse que o zika continua a espalhar-se geograficamente em áreas com a presença do vetor Aedes aegypti.
A agência recomenda uma “vigilância elevada” dos países, apesar de assinalar uma queda no número de casos de infeção em alguns deles ou em certas regiões.
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