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Mais de 100 pessoas detidas desde o fim de semana na RD Congo

Maman Sidikou. Foto: ONU/Mark Garten

Mais de 100 pessoas detidas desde o fim de semana na RD Congo

Enviado da ONU declarou que atos envolvem polícia, agentes de informação e membros da guarda republicana; operação de paz renova pedido de garantias da promoção e da proteção dos direitos humanos.

Eleutério Guevane, da ONU News em Nova Iorque.*

As Nações Unidas registaram a prisão de 113 pessoas desde o fim de semana na República Democrática do Congo, RD Congo.

Entre os detidos estão líderes e simpatizantes da oposição, ativistas da sociedade civil, defensores de direitos humanos e profissionais de informação, segundo a missão da ONU na RD Congo, Monusco.

Preocupação

O representante especial do secretário-geral no país, Maman Sidikou, emitiu uma nota em que expressa “grande preocupação com a onda de detenções em curso, algumas das quais arbitrárias”.

Agências de notícias indicam que pelo menos 20 civis teriam morrido em confrontos na sequência de protestos em torno do fim do mandato do presidente Joseph Kabila, que não deixou o cargo.

Para Sikidou, que é também chefe da Monusco, a maioria das prisões foi feita pela Polícia Nacional, pela agência nacional de informação e pela Guarda Republicana nas cidades de Goma, Kinshasa e Bukavu.

Centros

As Nações Unidas “ainda não tiveram o acesso que precisam para verificar as condições dos detidos”. No apelo às autoridades, o representante sublinha que deve ser autorizada a entrada do pessoal da organização em centros de detenção.

Sidikou revelou que a grande preocupação é com a prisão de “pessoas que procuram expressar as suas opiniões políticas”.

O apelo às autoridades é que respeitem rigorosamente as suas obrigações internacionais de direitos humanos e criem um clima de tolerância política e de respeito na “importante conjuntura da história do país.

O outro pedido é que os detidos tenham um processo justo e parem as detenções com motivação política.

Há dois dias, a Monusco  pediu aos congoleses que respeitem as leis, em particular, as agências que lidam com a lei e a segurança. A operação de paz quer garantias da promoção e da proteção dos direitos humanos, incluindo as liberdades de opinião, de expressão e de reunião pacífica.

*Apresentação: Denise Costa.

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