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“É muito importante para Portugal regressar às Nações Unidas”

José Alberto Azeredo Lopes disse que Portugal apoia a dimensão do multilateralismo. Foto: Radio Mikado.

“É muito importante para Portugal regressar às Nações Unidas”

Ministro da Defesa português considera que retorno às missões de paz ocorre após dificuldades financeiras no seu país; José Alberto Azeredo Lopes defende que apoio à defesa e segurança de nações a sul contribui para uma europa pais segura.

Joyce de Pina, da Rádio das Nações Unidas no Mali para a ONU News. *

O ministro da Defesa de Portugal visitou esta quarta-feira o contingente luso que integra a Missão das Nações Unidas no Mali, Minusma.

Em entrevista exclusiva para a ONU News, de Bamaco, José Alberto Azeredo Lopes afirmou que o reforço da presença militar portuguesa em missões da organização é um sinal de que “Portugal apoia e se compromete com a dimensão do multilateralismo que só as Nações Unidas conseguem ter”.

Pós-Crise

Portugal contribuiu com mais de 60 militares e uma aeronave C-130 para a missão de paz no país africano, considerada a mais mortífera da ONU. Para José Alberto Azeredo Lopes, o retorno a missões de paz marca o período a seguir à crise financeira no seu país.

“Portugal está envolvido aqui na Minusma. Vai ser iniciada muito em breve a nossa missão na República Centro-Africana. Portanto, esta foi uma aposta muito importante, o regresso às Nações Unidas e ao multilateralismo. Para isso também contribuiu a circunstância de termos percebido que havia uma nova abordagem do peacekeeping (operações de manutenção da paz).”

Segurança

Além de sinalizar a saída de Portugal das dificuldades económicas, o governante disse que países ocidentais entendem que a participação na defesa e segurança dos outros Estados contribui para a sua própria segurança.

“Mesmo as ameaças que enfrentamos, países da Europa ou da União Europeia, vamos percebendo que ou participamos no esforço de garantir a segurança e a defesa de países a sul, temos que o fazer por uma obrigação estrita de natureza internacional, mas até temos que o fazer também de uma forma egoística.  É a nossa própria segurança que mais tarde ou mais cedo vai estar em causa, se não ajudarmos a esses países que estão, no fundo, na primeira linha do combate a ameaças globais como, infelizmente, podemos testemunhar tanto neste país como em geral no Magrebe e no Sahel.”

A aeronave militar portuguesa colabora na logística da operação de paz e em ações de transporte de materiais, das populações e de bens essenciais. O avião contribui ainda para a proteção da fauna maliana, especialmente de elefantes que estão em perigo.

*Apresentação: Eleutério Guevane.

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