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OMS: “90% das crianças com HIV/Sida estão na África Subsaariana”

Em termos de novas infeções, a África Subsariana registou cerca de 1,4 milhões que são equivalentes a 65% do total mundial. Foto: Unaids

OMS: “90% das crianças com HIV/Sida estão na África Subsaariana”

Região acolhe mais de 2 milhões de seropositivos com menos de 15 anos; africanos são cerca de 65% do total das pessoas infetadas em 2015; OMS indica que crianças, adolescentes e jovens mulheres estão entre os mais afetados.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

A diretora regional da Organização Mundial da Saúde, OMS, para África revelou que 90% das crianças infetadas pelo HIV/Sida vivem na região subsaariana.

Em mensagem por ocasião do 1º de dezembro, Dia Mundial de Combate ao Sida, Matshidiso Moeti destaca que o número corresponde a mais de 2 milhões de pessoas com menos de 15 anos na região.

Prevenção

O continente mais afetado do mundo teve quase 26 milhões de pessoas a viver com a infeção em 2015. As outras partes do mundo têm 10,7 milhões de infectados pelo vírus.

Falando à Rádio ONU, da capital ucraniana Kiev, o diretor executivo adjunto do Programa Conjunto da ONU sobre HIV/Sida, Luiz Loures, apontou grupos que merecem um foco especial na prevenção da doença. As adolescentes e as mulheres jovens tiveram o dobro das infeções dos rapazes e homens da mesma idade.

“Temos que reinventar a resposta à Sida do ponto de vista da prevenção. Nesse sentido, há duas realidades que temos que manter muito claro em nossos programas quando decidimos onde nós vamos mover. Atenção especial à população jovem que é onde podemos ganhar ou perder a batalha do. Atenção particular às populações mais vulneráveis. Da mesma forma que observamos o crescimento da sida entre meninas, observamos um crescimento constante entre por exemplo jovens homossexuais masculinos e usuários de drogas.”

Acesso

No comunicado da OMS, Moeti destaca a discriminação, o estigma, a desigualdade entre géneros e a violência doméstica como fatores que ainda dificultam o acesso aos serviços de saúde. Os mais afetados são particularmente crianças, adolescentes, jovens mulheres e as populações de maior risco.

O outro problema são os conflitos e as emergências que “destroem os sistemas de saúde e provocam a deslocação das pessoas e travam ainda mais o acesso.”

A representante destaca progressos consideráveis ocorridos desde 2000, com uma redução de novas infeções e mortes em mais de 40% até 2015.

Em termos de novas infeções, a África Subsariana registou cerca de 1,4 milhões que são equivalentes a 65% do total mundial.

Seropositivos

Em 2015, as complicações do HIV custaram a vida de mais três quartos de pessoas a mais do que qualquer outra infeção.

A chefe da OMS em África defende que as intervenções e os serviços contra o vírus não estão a ser completamente entendidos. Dos 25,5 milhões de pessoas de seropositivos, 12,5 milhões não sabem que convivem com o HIV.

Pelo menos 13,4 milhões de pessoas que vivem na situação não têm acesso ao tratamento.

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