Produção de peças de barro preto foi declarada Patrimônio Cultural Imaterial da humanidade por ser “parte importante da identidade da comunidade”; mas agência da ONU diz que futuro da arte está ameaçada.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.
A olaria negra de Bisalhães, na cidade de Vila Real, no norte de Portugal, acaba de ser declarada Patrimônio Cultural Imaterial pela Unesco. A Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura anunciou a decisão na terça-feira, informando que Bisalhães é conhecida como a terra da cerâmica negra.
Além da fabricação de peças decorativas, os oleiros da cidade produzem também panelas e outros itens de cozinha. Segundo a Unesco, a olaria negra de Bisalhães “é parte importante da identidade da comunidade”, sendo que os métodos antigos de criação das peças são utilizados até hoje.
Futuro Ameaçado
Mas a agência da ONU alerta: o futuro da olaria negra portuguesa está sob ameaça, por isso a Unesco também colocou a arte na lista de patrimônios imateriais com necessidade urgente de salvaguarda.
Segundo a Unesco, o número de oleiros é cada vez menor, cerca de cinco; o interesse das novas gerações na arte é pouco e ao mesmo tempo, cresce a demanda popular por peças parecidas, mas de fabricação industrial.
Uganda e Ucrânia
O comitê da Unesco está reunido em Adis Abeba, na Etiópia, até sexta-feira. Além da olaria negra de Bisalhães, a agência da ONU também incluiu outras tradições na lista de patrimônios imateriais que precisam urgente de preservação.
A música e a dança Ma’di Bowl, de Uganda, é uma das práticas culturais mais antigas do povo Madi. As canções e as danças são tradicionais em casamentos e celebrações de colheita, mas está sob risco porque as novas gerações consideram a prática antiquada.
Na Ucrânia, as canções Cossak contam histórias sobre tragédias de guerra e relações pessoais dos soldados. Existem atualmente apenas três grupos que cantam as músicas.
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