Perspectiva Global Reportagens Humanas

Fórum da ONU em Dubai debate o papel do espaço para o desenvolvimento BR

André João Rypl. Foto: Rádio ONU/Dianne Penn

Fórum da ONU em Dubai debate o papel do espaço para o desenvolvimento

Especialistas reunidos nos Emirados Árabes discutem como a tecnologia espacial contribui para avanços econômicos e sociais; representante da Agência Espacial Brasileira fala sobre evitar que espaço vire palco de conflitos.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.*

As Nações Unidas promovem em Dubai, nos Emirados Árabes, um fórum de alto nível sobre o potencial do espaço para o desenvolvimento econômico e social. Especialistas de vários países discutem como a tecnologia espacial pode contribuir para avanços em diversos setores.

A reunião gira em torno de quatro pilares: economia espacial; sociedade, acessibilidade e diplomacia. Mas o que significa a diplomacia espacial? Quem explica é o chefe de cooperação internacional da Agência Espacial Brasileira, André João Rypl.

Paz

“É basicamente esse processo de negociação que busca viabilizar as atividades espaciais, porque existem atores espaciais com interesses muito diferentes. Alguns atores têm interesse mais forte em atividades comerciais, outros têm uma preocupação com questões de segurança nacional, já que o espaço é muito vinculado a isso. Mas basicamente há um pano de fundo que interessa a todos, que é garantir que o ambiente espacial seja sustentável, que ele não se torne um palco de conflitos como nós vivemos na Terra.”

Rypl está em Dubai e também conversou com a Rádio ONU sobre a participação do Brasil no setor espacial.  Segundo ele, o país está desenvolvendo um lançador de microsatélites, menos complexo, mas com enorme potencial.

Brasil

“Nós temos um programa espacial bem desenvolvido e hoje o Brasil desenvolve um lançador de microsatélites que será único no mundo e estará pronto em 2018. Será para lançar satélites de pequeno porte, que hoje, como se viu nas apresentações, é o grande mercado, porque são mais baratos. A outra área do programa espacial brasileiro que eu diria que é muito forte é a parte de observação da Terra, que acompanha questões de desmatamento, clima, desastres naturais e poluição.”

Segundo André João Rypl, da Agência Espacial Brasileira, o país foi pioneiro em defender uma política de democracia de dados, ou seja, a distribuição gratuita de dados de observação da Terra, principalmente para nações em desenvolvimento.

O fórum da ONU conta com a participação de representantes de governos, de agências espaciais, do setor privado e claro, de astronautas, que seguem com as discussões em Dubai até quinta-feira.

*Com reportagem de Dianne Penn, enviada da Rádio ONU a Dubai.  

Leia e Ouça:

Entrevista: COP22 Cidade Sustentável

Astronauta brasileiro fala sobre cidades sustentáveis na COP22

Semana Mundial do Espaço celebra benefícios das imagens de satélite