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Nairobi acolhe especialistas para debater fluxos financeiros ilícitos em África

Perdas em África devem chegar  até US$ 50 mil milhões por ano. Foto: Unodc

Nairobi acolhe especialistas para debater fluxos financeiros ilícitos em África

Transações ilegais envolvem quase o dobro da ajuda pública ao desenvolvimento para o continente; ECA pede coerência e cooperação para abordar o problema.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

Representantes de várias entidades africanas participam desde esta segunda-feira num seminário para combater os fluxos financeiros no continente. O evento de dois dias decorre na capital queniana Nairobi.

A responsável de Iniciativas Especiais no secretariado executivo da Comissão Económica para África, ECA, defende que o problema deve ser abordado de forma coerente e coordenada.

Parcerias

Na abertura do evento, Opoku-Mensah citou vários “atores e iniciativas em curso e ainda em vista para resolver o problema a nível nacional, regional e global. ” Para ela, há necessidade de coerência, coordenação e parcerias complementares.

Os participantes vão debater como estão a ser levadas em conta as recomendações do relatório do Painel de Alto Nível sobre o Fluxo Ilícito de Capitais. O grupo foi liderado pelo antigo presidente sul-africano Thabo Mbeki.

O encontro deve rever e aprovar os termos de iniciativas conjuntas africanas, acompanhar ações de combate ao problema e definir o trabalho em relação a esses programas.

Impacto

Os fluxos financeiros ilícitos em África tornaram-se uma grande preocupação pelo seu “impacto e dimensão negativos na agenda de desenvolvimento e na governação do continente.”

Estima-se que as perdas da região sejam de até US$ 50 mil milhões por ano, o equivalente a cerca do dobro da ajuda pública ao desenvolvimento destinada a África.

Fluxos

Opoku-Mensah referiu que o continente está a dar passos concretos para uma abordagem coerente de combate aos fluxos ilícitos mas que muito precisa ser feito.

A sugestão do ECA é que haja cooperação em ações nacionais e continentais para gerar e difundir conhecimentos sobre o tema e no reforço da capacidade institucional, nas regras de combate e na mobilização de recursos.

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