Desenvolvimento Sustentável na Amazônia exige “tripla revolução” BR

Avaliação é do governador do Pará, Simão Jatene; em entrevista à Rádio ONU, ele afirmou que debate sobre a questão não pode excluir questões ambiental e de desigualdade.
Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova York.
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e desafios da urbanização na região amazônica foram alguns temas de uma entrevista da Rádio ONU com o governador do estado do Pará, Simão Jatene.
Para ele, o “debate hoje não tem como excluir a questão ambiental” e esta “não tem como excluir” o debate sobre a desigualdade. Segundo Jatene, “construir um padrão de desenvolvimento sustentável” na Amazônia exige uma “tripla revolução”.
Tripla revolução
“Uma revolução pelo conhecimento, que coloque o conhecimento e a inovação a serviço de uma outra forma de viver e se relacionar com a natureza; uma revolução pela produção, que retire o conceito de produção dos manuais de economia e o coloque no manual da vida. Se preservar florestas e rios na Amazônia é importante para a reprodução da vida no planeta, preservar é também uma forma de produzir. E, finalmente, a tripla revolução se completa com uma revolução por novas formas de gestão e governança.”
O governor conversou com a Rádio ONU em Quito, capital do Equador, onde participou da Conferência das Nações Unidas sobre Habitação e Desenvolvimento Urbano Sustentável, Habitat III, em outubro.
Cidades
Para ele, em relação aos ODSs, houve avanços nas grandes cidades latino-americanas citando, por exemplo, a redução da pobreza. No entanto, Jatene afirmou que elas “lamentavelmente ainda são extremamente desiguais, violentas, caras e ambientalmente insustentáveis”.
“A nova agenda urbana chega num momento absoltutamente especial. Especial primeiro porque eu acho que nós precisamos dar uma virada. Acho que nós temos algumas pré-condições para fazê-lo. De um lado, o próprio processo de redução das taxas de crescimento das cidades, isso dá um certo fôlego. Segundo, o bônus demográfico, que ainda podemos contar com ele, os países latino-americanos, é um outro elemento que pode nos ajudar. Então, nesse momento, sobretudo o que precisamos é unir forças.”
Segundo Simão Jatene, neste momento a “palavra-chave é implementação”.
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