Sudão do Sul: conflito deslocou milhares de pessoas em outubro

Maioria fugiu para Uganda, República Democrática do Congo, Etiópia e Sudão; Acnur alertou que o conflito que tornou-se uma das maiores crises humanitárias do mundo continua a gerar grande sofrimento e deslocamento.
Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova Iorque.*
A Agência da ONU para Refugiados, Acnur, alertou que o conflito no Sudão do Sul, que se tornou uma das maiores crises humanitárias do mundo, continua a gerar grande sofrimento e deslocamento.
Dados do mês de outubro mostram que, em média, a cada dia, 3,5 mil pessoas fugiram para países vizinhos: Uganda, República Democrática do Congo, Etiópia e Sudão.
Mulheres e crianças
Nestes países, o Acnur, autoridades nacionais e outros atores humanitários também estão a correr para criar condições humanas e seguras para os recém-chegados. Nove em cada 10 são mulheres e crianças.
A maior parte deste fluxo tem sido para o Uganda. Lá chegaram cerca de 2,4 mil pessoas por dia desde o início de outubro e mais de 250 mil novos refugiados desde a retomada da violência em 7 de julho.
Os recém-chegados relataram assédio a civis por grupos armados, mortes e tortura de pessoas suspeitas de apoiarem facções rivais, vilas queimadas, violência sexual a mulheres e meninas e recrutamento forçado de homens e meninos.
Falta de recursos
Nas últimas semanas, refugiados estão cada vez mais usando pontos informais de travessia de fronteiras. Segundo relatos, o motivo seria a presença de homens armados a impedir que as pessoas usem as principais estradas.
Muitos refugiados contaram ter andado pelo mato por dias, muitas vezes sem comida ou água.
Fornecer assistência vital imediata, incluindo comida, água e abrigo continua sendo a prioridade do Acnur. No entanto, a grave falta de recursos está a prejudicar as ações da agência no terreno.
*Apresentação: Denise Costa.
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