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Países alertam Somália sobre membros no Parlamento com perfil criminal

Bandeira da Somália. Foto: ONU/Stuart Price

Países alertam Somália sobre membros no Parlamento com perfil criminal

Representantes do país escolhem  integrantes da Câmara Alta e do colégio eleitoral; enviado da ONU lembra compromisso de acabar com impunidade após 25 anos de conflito no país do Corno de África.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

Vários países e organizações advertiram à Somália que nomear ou eleger qualquer responsável pela violência na guerra civil  para o Parlamento pode representar um passo atrás, quando o país está prestes a fazer uma “viragem de página”.

O apelo foi apresentado numa carta assinada por representantes de entidades como Nações Unidas, União Africana, União Europeia, Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento e nações como Etiópia, Itália, Suécia, Reino Unido e Estados Unidos.

Terrorismo

Na carta, o grupo revela profunda preocupação com a inclusão nas listas para a Câmara Alta do Parlamento de pessoas com uma “história de criminalidade, de violência e de terrorismo”.

A proposta foi apresentada por alguns líderes das áreas federais existentes e emergentes para candidatos à Casa do Povo quando decorre o registo de candidatos para os 275 assentos do Parlamento.

Clãs

Os parceiros destacam que as pessoas com historial criminal e de violência “não devem ser escolhidas por colégios eleitorais para representar os seus clãs e subclãs e para a Câmara Baixa”.

Na nota, é destacado ser preciso “confiar nas instituições que vão sair do processo eleitoral em curso.”

O pedido é que seja feito todo o esforço para garantir que o processo culmine com “titulares de cargos públicos respeitáveis, que não ponham em causa a legitimidade e a credibilidade do novo Governo e do Parlamento.”

Reconstrução

O representante especial do secretário-geral da ONU para a Somália recordou que o país está em processo de reconstrução das suas instituições após 25 anos de conflito armado.

Para Michael Keating, rejeitar candidatos parlamentares implicados em várias das piores violações dos direitos humanos irá reafirmar o compromisso de pôr fim à cultura de impunidade perante os próprios cidadãos e o mundo em geral.