Agência da ONU envia para o Haiti 1 milhão de doses de vacina contra cólera BR

Organização Mundial da Saúde revela que 25% dos centros de saúde do sul do país foram destruídos pelo fucarão; enviado da OMS segue para a ilha caribenha, para discutir com o governo melhor uso das vacinas.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.
A Organização Mundial da Saúde, OMS, prevê aumento dos casos de cólera no Haiti após o furacão Matthew, sendo que o país já teve 800 suspeitas da doença este ano.
A agência da ONU decidiu enviar 1 milhão de doses de vacina contra cólera para o país e o ponto focal da OMS para o assunto, Dominique Legros, viaja para o Haiti, onde discutirá com o governo como utilizar as doses da forma mais apropriada.
Água
Uma opção é aplicar duas doses, beneficiando 500 mil pessoas, ou aplicar apenas uma dose e aumentar a cobertura para 1 milhão de civis, mas neste caso, as pessoas estarão protegidas por um período menor.
O furacão destruiu 25% dos centros de saúde do sul do país, além de prejudicar o acesso à fontes de água seguras. A prioridade é garantir que a população tenha água potável e assim, controlar os casos de cólera.
Em relação ao acesso a comida, o Programa Mundial de Alimentos, PMA, entregou porções para mais de 10,5 mil pessoas no sul do Haiti. Os trabalhadores humanitários acessam as cidades de Jeremie e Les Cayes de avião, porque muitas estradas continuam bloqueadas.
Comida
No noroeste do país, entre 60% e 90% das plantações foram destruídas e o setor da pesca está paralisado já que barcos e materiais de pesca foram levados pelos ventos e tempestades.
O PMA já posicionou no país alimentos suficientes para 300 mil pessoas e assim que os mercados voltarem a funcionar, a agência vai começar a fornecer assistência em dinheiro aos haitianos.
Escolas
Por sua vez, o Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, lembra que a educação não pode ser esquecida em situações de emergência. Foram 300 escolas destruídas ou danificadas pelo furacão Matthew e 100 mil crianças não poderão retomar as aulas tão cedo.
Os dados oficiais do governo apontam para 372 pessoas mortas no sul e noroeste do país. Foram mais de 2 milhões de haitianos afetados pelo furacão e deste total, 1,4 milhão dependem agora de assistência humanitária.
Mais de 61 mil pessoas foram retiradas de suas casas por segurança. A ONU lançou um apelo financeiro de quase US$ 120 milhões para poder ajudar a população.
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