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Aiea afirma que 36 países ainda não têm equipamentos para tratar câncer BR

Foto: AIEA

Aiea afirma que 36 países ainda não têm equipamentos para tratar câncer

Lista com mais de 140 nações pesquisadas inclui Angola, Brasil, Moçambique e Portugal; relatório sugere que serviços médicos de radioterapia estão na maioria em países ricos; preocupação é com países de rendas baixa e média e com aparalhos obsoletos.

Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.

A Agência Internacional de Energia Atômica, Aiea, afirmou que há uma grande disparidade mundial no acesso ao tratamento de câncer, e uma das razões é o acesso a aparelhos.

Segundo relatório divulgado pela agência da ONU, a maioria das clínicas e hospitais que oferecem tratamento de radioterapia está nos países ricos.

Brasil

Os especialistas disseram que dos 147 países pesquisados, 36 não têm qualquer equipamento desse tipo para atender os pacientes.

No Brasil, por exemplo, existem 245 aparelhos de radioterapia. A maioria nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo.

Em comparação, a Argentina tem 130 e o México 124. Entre os países ricos, os Estados Unidos lideram com mais de 3,2 mil aparelhos de radioterapia, seguido por Japão com 806; Alemanha, 299; França com 226 e Reino Unido com 79.

Entre países lusófonos, pesquisados pela Aiea, Angola tem duas máquinas de radioterapia, Moçambique uma e Portugal, 26.

Já entre os países do Brics, do qual o Brasil faz parte, a China tem mais de 1,1 mil equipamentos, seguida pela Índia com 356. Para completar o grupo, Rússia tem 155 e a África do Sul 53.

Novos Aparelhos

O novo portal da Aiea com os dados sobre esses equipamentos mostra que apesar dos esforços para melhorar a situação nas últimas décadas, muito ainda precisa ser feito para adequar o acesso ao tratamento do câncer.

A agência da ONU diz que um outro relatório, divulgado no ano passado, calcula que entre 50% e 60% de todos os pacientes de câncer vão precisar de radioterapia.

O relatório mostra que é preciso fabricar milhares de novos aparelhos e oferecer mais treinamento especializado para tentar cobrir a lacuna existente no tratamento em países de média e baixa rendas.

Além disso, a Aiea afirma que mais de 300 aparelhos de radioterapia registrados no banco de dados da agência têm mais de 30 anos e precisam ser substituídos.