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África deve melhorar “sofisticação” nas negociações para inovar e avançar

Carlos Lopes. Foto: Uneca

África deve melhorar “sofisticação” nas negociações para inovar e avançar

Chefe da ECA acredita que medida deve estimular conhecimento; continente gasta cerca de US$ 2,2 mil milhões em propriedade intelectual por ano ao negociar com países mais industrializados.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O secretário executivo da Comissão Económica da ONU para África, ECA, disse que o avanço africano depende de uma melhor inovação. Estima-se que a economia do continente cresça cerca de 4,7% por ano na próxima década.

Na opinião do também secretário-geral adjunto da ONU, Carlos Lopes, os inventores e criadores da região “devem agregar mais valor ao seu trabalho” usando melhor a propriedade intelectual local. Lopes explicou que seguir essa via é melhor que a transferência de tecnologia.

Produto

“Por exemplo, o que vale mais no computador não é fazer o computador aparelho, mas os softwares que estão lá dentro. Esses softwares é a economia do conhecimento e essa cadeia de valores é muito mais regulada pela propriedade intelectual do que o produto físico. Nós vemos que, hoje em dia, ao contrário do debate nos anos 70 e 80, não se pode falar de transferência de tecnologia.”

O chefe da ECA afirmou que a partilha de conhecimento entre os proprietários e os países que precisam já ocorre entre empresas e corporações.

Negócios

As Nações Unidas indicam que África gasta em média cerca de US$ 2,2 mil milhões em propriedade intelectual na área de negócios com os países industrializados, menos de 10% do que gera.

“Quem quiser ter acesso ao conhecimento ou à inovação não pode nacionaliza-lo, tem que ir adquiri-lo, portanto é um jogo de mercado que os africanos ainda não dominam. Não é por acaso que as negociações comerciais têm um capítulo muito mais complexo de propriedade intelectual e os africanos continuam a negociar os capítulos que são menos importantes. Temos que preparar o continente para um grau de sofisticação maior nas suas negociações internacionais, isso é que vai permitir incentivar a criação de mais inovação e de mais conhecimento.”

Nos países industrializados, os rendimentos relacionados à propriedade intelectual chegaram US$ 297 mil milhões em 2013.

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