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Na Assembleia Geral, Cabo Verde defende ação coletiva contra instabilidades

Luis Filipe Tavares em discurso na Assembleia Geral da ONU. Foto: ONU/ Cia Pak

Na Assembleia Geral, Cabo Verde defende ação coletiva contra instabilidades

Ministro dos Negócios Estrangeiros discursou no último dia dos debates de alto nível; Luís Filipe Tavares cita aumento dos conflitos armados e crise dos migrantes; representante também destaca avanços na luta contra o HIV.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova Iorque.

A Assembleia Geral das Nações Unidas ouviu na manhã desta segunda-feira o discurso do ministro dos Negócios Estrangeiros de Cabo Verde. Ao participar dos debates de alto nível, Luís Filipe Tavares disse que seu país observa “com preocupação a proliferação de conflitos armados em África e no Médio Oriente”.

O ministro defendeu ação coletiva para o fim de uma série de instabilidades mundiais.

África

“A crise humanitária sem precedentes provocada pelo número elevado de refugiados; as migrações irregulares; as violações massivas dos direitos humanos; a pobreza e a falta de coesão social; ao aprofundamento do fosso que separa as nações ricas das mais pobres; as investidas do terror e da barbárie, bem como ao crescimento do crime internacional, nomeadamente, do narcotráfico. Todos estes fenómenos a que vimos assistindo e aos quais não podemos ficar indiferentes interpelam-nos e obrigam-nos a agir de forma colectiva.”

Luís Filipe Tavares mencionou preocupação especial com as tensões na Líbia, no Sudão do Sul, na Somália e no Mali. Segundo o ministro, Cabo Verde apoia a União Africana na busca de soluções para problemas que afectam a paz e segurança do que chamou de “países irmãos”.

Saúde

Na Assembleia Geral, o ministro cabo-verdiano também condenou atos de terrorismo e reafirmou a disponibilidade do país em cooperar na luta contra o problema.

Os direitos humanos também foram destacados por Tavares, ao mencionar avanços na área da saúde.

“Perante as iniquidades e desigualdades existentes um pouco por todo o lado, é entendimento do meu governo que tal panorama nos obriga a consolidar esforços para a promoção e proteção dos direitos humanos. No que se reporta à proteção dos mais vulneráveis, Cabo Verde registou com agrado a adoção da Declaração Política saída da reunião de alto nível sobre o HIV-Sida, realizada no passado mês de junho, que propugna o acesso ao tratamento sobretudo dos mais vulneráveis, com base no princípio da não-discriminação e da não-estigmatização.”

Vida Marinha

O ministro ressaltou ainda a importância da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, em especial para reverter as vulnerabilidades ambientais, económicas e sociais.

Por ser um pequeno Estado insular em desenvolvimento, Cabo Verde pediu maior atenção mundial a esse grupo de países, que têm “recursos limitados e capacidade reduzida de atrair investimento directo estrangeiro”.

Neste sentido, Luís Filipe Tavares explicou que Cabo Verde defende um quadro legal internacional transparente para a preservação e o uso sustentado dos recursos marinhos.

A ideia é criar uma Convenção Internacional sobre Conservação e Uso da Biodiversidade Marinha. Cabo Verde foi o último país de língua portuguesa a discursar nos debates de alto nível da 71ª sessão da Assembleia Geral da ONU, que terminam esta segunda-feira.

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