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FAO e OMM em parceria para reduzir impactos da mudança climática BR

Foto: Banco Mundial/Curt Carnemark

FAO e OMM em parceria para reduzir impactos da mudança climática

Agência da ONU para Agricultura e Alimentação e Organização Mundial de Meteorologia estão criando sistema de alerta para agricultores sobre enchentes ou secas; meta é evitar os estragos causados pelo El Niño.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.

Duas agências da ONU estão criando um projeto em conjunto para evitar que agricultores sofram mais uma vez com os estragos causados por fenômenos climáticos. Ao participar de eventos paralelos à Assembleia Geral da ONU, em Nova York, o chefe da FAO forneceu detalhes sobre a iniciativa.

José Graziano da Silva é diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO. A parceria está sendo feita com a Organização Mundial de Meteorologia, OMM.

Retrocesso

A ideia é criar um sistema que permita aos agricultores saberem, com bastante antecedência, sobre chuvas ou secas. Durante entrevista à Rádio ONU, Graziano da Silva destacou que a ideia é evitar uma situação recente, quando o El Niño arrasou partes da África e reverteu progressos alcançados em 10 anos.

“A FAO está pondo, junto com a Organização Meteorológica Mundial, um sistema de alerta que estamos fazendo chegar a todos os governos e queremos em breve fazer chegar aos próprios fazendeiros através dos seus celulares. Isso vai nos permitir em três meses antes saber se vai chover, se vai ter seca e colocar medidas preventivas.”

Segurança Alimentar

Para Graziano da Silva, é preciso encontrar maneiras de antecipar para os agricultores os fenômenos naturais, especialmente em tempos de mudança climática. O chefe da FAO explica que o planejamento ajuda a reduzir impactos e proteger colheitas e, como consequência, evitar a insegurança alimentar.

O El Niño ocorrido entre 2015-2016 causou fortes secas na África, estragando plantações e matando rebanhos. As secas foram seguidas de enchentes, que também prejudicaram as colheitas.

Na Etiópia, mais de 9 milhões de pessoas precisam de assistência para obter comida. Os impactos do El Niño foram sentidos também em países da América Central e da Ásia.