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Presidente da Assembleia Geral faz balanço do mandato BR

Mogens Lykketoft. Foto: ONU/Mark Garten

Presidente da Assembleia Geral faz balanço do mandato

Mogens Lykketoft, da Dinamarca, deixa o cargo este mês e será substituído por Peter Thomson, de Fiji; em entrevista ao Centro de Notícias da ONU, Lykketoft destaca a adoção da Agenda 2030 e a escolha do próximo chefe da organização.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.

O mês de setembro é um dos mais movimentados do ano para as Nações Unidas. Os debates de alto-nível da Assembleia Geral começam no dia 20. Mas antes, será a vez da troca de presidente do órgão: sai Mogens Lykketoft, da Dinamarca, e entra Peter Thomson, de Fiji.

Em seus últimos dias como presidente da Assembleia Geral, Lykketoft concedeu uma entrevista ao Centro de Notícias da ONU para fazer o balanço de um ano na função.

Desenvolvimento Sustentável

Segundo ele, a 70ª sessão da Assembleia Geral (entre setembro de 2015 e setembro de 2016) foi bem sucedida devido à adoção de dois acordos importantes.

Mogens Lykketoft mencionou progressos para o clima, com o Acordo de Paris, e para o desenvolvimento sustentável, com a adoção da Agenda 2030. Ele explicou que cabe agora aos governos seguirem as recomendações da ONU e alcançarem o financiamento necessário para a implementação dos objetivos.

Outro tema de destaque foi a eleição do próximo secretário-geral da ONU, uma decisão que será tomada pela Assembleia Geral até dezembro. O presidente do órgão afirmou estar muito satisfeito com o processo.

Novo Chefe

Lykketoft explicou que após 20 anos de discussões, a Assembleia Geral tomou a liderança do processo e ouviu todos os 12 candidatos ao posto, para que o mundo pudesse conhecer as personalidades, prioridades e ideias dos candidatos sobre desafios da ONU.

O presidente destaca a transparência do processo de escolha do próximo chefe da ONU. Enquanto isso, o Conselho de Segurança continua fazendo enquetes sobre os candidatos e deve indicar um nome de preferência para a Assembleia Geral. Eleger o futuro secretário ou secretária-geral será responsabilidade dos 193 países-membros da ONU.

Durante a entrevista, Mogens Lykketoft também falou sobre países em conflito e crises humanitárias. Ele lembrou que a ONU tem várias operações de paz no mundo e que a obrigação de acabar com os confrontos não é da Assembleia Geral, mas sim do Conselho de Segurança.

Paz e Segurança

Síria, Iêmen e Sudão do Sul foram os países em crise mencionados pelo presidente da Assembleia Geral. Ele avalia que nessas nações, a ONU não conseguiu ter o poder de decisão necessário, o que gerou “catástrofes humanitárias sem precedentes e um alto número de refugiados e deslocados internos”.

Lykketoft afirmou que são necessários US$ 20 bilhões para ajudar todas as pessoas deslocadas por conflitos ou pela mudança climática. Segundo o presidente da Assembleia Geral, a quantia representa o que o mundo gasta em média em armamentos durante quatro dias.

O dinamarquês avalia que seu substituto terá a tarefa de insistir na reforma do sistema das Nações Unidas. Mogens Lykketoft garante que presidir a Assembleia Geral durante um ano foi “uma função desafiadora, mas muito fascinante”.