Perspectiva Global Reportagens Humanas

Menos de 7% dos assassinos de jornalistas no mundo vão parar na Justiça

Foto: ONU/Evan Schneider

Menos de 7% dos assassinos de jornalistas no mundo vão parar na Justiça

Unesco e Corte Africana sobre Direitos Humanos apresentam os números antes de diálogo na Tanzânia, marcado para o dia 10; dos 131 crimes contra profissionais dos media africanos, apenas cinco foram julgados.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova Iorque.

A Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, está a alertar para o facto de que a impunidade para crimes contra jornalistas é “extremamente alta no mundo”.

Desde 2006, menos de 7% dos casos foram levados à Justiça. Em África, 131 jornalistas foram assassinados entre 2006 e 2015, mas apenas cinco casos foram julgados.

Direitos

O alerta é feito em antecipação ao diálogo intra-regional sobre o assunto, a ser realizado em Arusha, na Tanzânia, no dia 10 de setembro. O encontro é promovido pela Unesco e pela Corte Africana sobre Direitos Humanos e dos Povos.

A ideia do diálogo com especialistas é ajudar a aumentar os conhecimentos dos profissionais da lei em África sobre liberdade de expressão, segurança dos jornalistas e como acabar com a impunidade.

Limitações

O diretor-assistente da Unesco para Comunicação e Informação afirma que proteção legal para jornalistas que exercem a profissão é pré-requisito da liberdade de expressão.

Frank La Rue explica que com ameaças ou risco de prisão ou de morte, fica limitada a habilidade da sociedade em estar bem informada para fazer escolhas.

Segundo a Unesco, entre 54 países africanos, apenas 30 fazem parte da Corte Africana sobre Direitos Humanos e somente sete permitem que seus cidadãos levem casos ao tribunal. O evento em Arusha também tem por objetivo incentivar mais nações do continente a apoiarem o órgão.

Leia e Oiça:

Sudão do Sul: "apelos desesperados" por força de proteção

Unesco quer investigação do assassinato de dono de jornal em Minas Gerais

Na ONU, Burundi não comparece à sessão de perguntas sobre tortura