Zeid alerta contra “populistas e demagogos” na Europa e Estados Unidos
Em discurso nesta segunda-feira, em Haia, alto comissário para direitos humanos chamou atenção para o que chamou de “banalização da intolerância”.
Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova York.
Em um discurso em Haia nesta segunda-feira, o alto comissário da ONU para direitos humanos, Zeid Al Hussein, fez um alerta e pediu ação para confrontar “populistas e demagogos” na Europa e nos Estados Unidos.
Zeid citou políticos que, segundo ele, misturam “meias verdades e simplificação” com “um passado idílico e puro” que, para ele, “provavelmente nunca existiu em nenhum lugar”.
“Banalização da Intolerância”
Para o chefe de direitos humanos da ONU, isto resulta em uma “banalização da intolerância” e em uma espessa atmosfera de ódio que poderia se transformar em violência.
Segundo o alto comissário, a “fórmula é simples”: fazer com que pessoas “que já estão nervosas se sintam muito mal e depois enfatizar que é tudo por causa de um grupo interno, estrangeiro e ameaçador”.
Depois, disse Zeid, “fazer com o que público-alvo se sinta bem oferecendo o que é uma fantasia para eles, mas uma terrível injustiça para outros”.
Ele continuou dizendo que “repetindo muitas vezes”, a ansiedade pode se tornar ódio.
Pesadelo
O alto comissário disse ainda que para essas pessoas, ele deve ser um “tipo de pesadelo”. Zeid destacou que é a “voz global sobre direitos humanos e universais, eleito por todos os governos e atualmente crítico de quase todos”.
Ele destacou que “defende e promove os direitos humanos de cada indivíduo em todos os lugares”. O alto comissário citou os direitos de migrantes e solicitantes de asilo, da comunidade Lbgti, de mulheres e crianças, de indígenas, de pessoas com deficiência e todos que são “discriminados, perseguidos ou torturados, seja por governos, movimentos políticos ou terroristas”.
Zeid afirmou ser um “muçulmano que também tem a pele branca, o que é confuso para racistas”, citando que sua mãe é europeia e seu pai árabe.
Ele contou que há 20 anos serviu na força de paz da ONU durante as guerras dos Bálcãs, que chamou de “cruéis e arrasadoras” e que, segundo o alto comissário, teriam sido causadas “por esta mesma fábrica de mentira, intolerância e nacionalismo étnico”.
Proteção
Para Zeid, em última análise, é a lei de direitos humanos que “protegerá as sociedades” e é apenas “buscando a verdade inteira e agindo com sabedoria que a humanidade poderá sobreviver”.
Ele terminou o discurso pedindo que as pessoas defendam o direito de todos.
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