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Refugiados sul-sudaneses aumentam e recursos esgotam na região

Milhares de refugiados sul-sudaneses no Uganda. Foto: Acnur/Will Swanson

Refugiados sul-sudaneses aumentam e recursos esgotam na região

Acnur cita relatos de confrontos armados esporádicos  e abusos; acordo de cessação de hostilidades entre o governo e oposição completa um ano no fim deste mês.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.*

A população de refugiados sul-sudaneses nos países vizinhos cresce, num momento em que “os fundos para atender as suas necessidades básicas estão a esgotar-se”.

O alerta foi feito esta sexta-feira, em Genebra, pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, Acnur. O Conselho de Segurança debate uma resolução sobre a situação no país.

Chegadas

Os locais de acolhimento  de sul-sudaneses na região estão a ficar superlotados. Atualmente estão registadas 930 mil pessoas e ocorrem “mais chegadas todos os dias”.

O Acnur destaca que o surto de violência que eclodiu em julho, na capital Juba, teria baixado as expectativas de uma solução política para o conflito do Sudão do Sul. No fim de agosto, o acordo de cessação de hostilidades entre o governo e o Spla na Oposição completa um ano.

Os sul-sudaneses recém-chegados falam de confrontos armados esporádicos e abusos dos direitos humanos, que incluem a violência sexual e baseada no género levada a cabo por grupos armados. A situação de insegurança alimentar está a piorar.

Onda de Violência

As condições de segurança são consideradas imprevisíveis com novos confrontos nos estados de Equatória Central e Ocidental, Bahr al-Ghazal, Alto Nilo e Unidade. Mais de 200 mil pessoas fugiram da recente onda de violência.

Os problemas da economia agravam a situação já precária,  com a “inflação que teve um aumento de 600% em relação ao ano passado.”

Insegurança Alimentar

Os países que recebem mais sul-sudaneses são o Uganda, com cerca de 110 mil pessoas, e o Sudão com 100 mil recém-chegados.

A maioria das pessoas abrigadas no Sudão chegou nos primeiros seis meses de 2016, devido aos combates em áreas que antes eram estáveis e onde a insegurança alimentar está a piorar.

Dentro do Sudão do Sul, pelo menos 1,6 milhão de pessoas foram obrigadas a fugir das suas casas.

*Apresentação: Denise Costa.