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FAO quer “ação urgente” para apoiar milhares de afetados pelo Boko Haram

Refugiada nigeriana em campo de refugiados na regiãon de Diffa. Foto: Acnur/Hélène Caux

FAO quer “ação urgente” para apoiar milhares de afetados pelo Boko Haram

Agência alerta para ameaça de radicalização de jovens, seu alistamento em grupos armados e distúrbios; apoio deve ser dado a três estados nordestinos mais afetados pela violência.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

Mais de 3 milhões de pessoas são afetadas pela insegurança alimentar aguda nos estados nigerianos de Borno, Yobe e Adamawa. As áreas do nordeste são as mais afetadas pela violência das milícias islâmicas terroristas Boko Haram.

A Organização da ONU para Agricultura e Alimentação, FAO, precisa urgentemente de US$ 10 milhões para fornecer sementes, fertilizantes e equipamentos de irrigação para a próxima estação seca em resposta a atual crise.

Insegurança

A agência prepara a sua intervenção para a principal estação agrícola, que precisa de mais recursos. A “ação é urgente” para dar apoio a mais de 385 mil nigerianos do nordeste onde a insegurança alimentar é galopante.

A prioridade é ajudar os nigerianos a retomar atividades agrícolas para a produção de alimentos suficientes. Os beneficiários devem ser deslocados pelo conflito e comunidades de acolhimento.

O auxílio é para que estes recuperem os seus meios de subsistência onde as atividades básicas são o cultivo, a pesca artesanal, a aquicultura e a pecuária.

Conflito

O diretor-geral adjunto e representante regional para da FAO para África, Bukar Tijani,  disse que nos últimos três a quatro anos essas iniciativas não foram possíveis devido ao conflito.

O responsável considera “um fração” o total de 123 mil pessoas apoiadas até o momento e que o auxílio é crucial.

Os fundos são para investir em sistemas de culturas irrigadas, no repovoamento de gado e no tratamento de saúde animal como controlo de doenças e alimentação suplementar em áreas recém-libertadas do Boko Haram.

Radicalização

Tijani disse que “a falha em restaurar a economia rural vai provocar a falta de oportunidades de emprego e as possíveis consequências seriam a radicalização de jovens, o seu alistamento em grupos armados e mais distúrbios.”

A agência frisou que a retoma da produção alimentar em áreas recentemente acessíveis vai encorajar os deslocados a voltar às suas casas e que estes contribuam para melhorar a saúde e a nutrição.

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