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ONU cita 120 casos de violência sexual em áreas de proteção no Sudão do Sul

Mulheres deslocadas devido aos confrontos em Juba, Sudão do Sul. Foto: Unicef/Irwin

ONU cita 120 casos de violência sexual em áreas de proteção no Sudão do Sul

Ações contra civis teriam ocorrido próximo da Casa nas Nações Unidas e outros locais de Juba; casos incluem estupros a menores; atos são atribuídos a soldados do país e homens à paisana.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

A Missão das Nações Unidas no Sudão do Sul, Unmiss, disse que continua a receber relatos “profundamente perturbadores” de casos de violência sexual, incluindo estupros, no país. Pelo menos 120 civis teriam sido vítimas das ações.

Os atos, que teriam envolvido menores, são atribuídos a soldados sul-sudaneses e a homens à paisana. Os crimes ocorreram nos arredores da Casa das Nações Unidas e em outras áreas da capital, Juba.

Proteção

Falando à Rádio ONU, em Nova Iorque, a especialista sénior da ONU para os Assuntos Políticos, Valéria de Campos Melo, disse que o tema será apurado com muita seriedade e operacionalizado o mandato de proteção das Nações Unidas.

“A missão claramente tem o mandato de proteger as populações e isso, obviamente, não está ocorrendo. Sabemos que no ano passado há estimativas que 1,3 mil mulheres e meninas que foram violadas no Sudão do Sul. Então, realmente existe uma falha das lideranças locais em considerar o bem do país e a tendência em perpetuar conflitos étnicos e a rivalidade entre o presidente e o vice-presidente, agora com o anúncio de que seria nomeado outro vice-presidente para substituir o vice-presidente Riek Machar, que está ausente.”

Proteção

A operação de paz anunciou que intensificou as suas patrulhas próximo dos locais de proteção de civis e na maior cidade do país.

Entre as medidas em vigor, a Unmiss revelou que protege mulheres quando estas saem dos campos para recolher lenha e comprar artigos não-alimentares.

O apelo às partes envolvidas no conflito é que assumam a responsabilidade pessoal de punir imediatamente aos soldados que estejam envolvidos nos “atos indescritíveis de violência.”