Perspectiva Global Reportagens Humanas

Agência para refugiados palestinos preocupada com situação em Hebron BR

Hebron. Foto: Reprodução vídeo Unrwa

Agência para refugiados palestinos preocupada com situação em Hebron

Fechamento do distrito tem impacto humanitário, segundo Unrwa; Israel diz que medida é em resposta a incidentes violentos nos arredores da cidade incluido o assassinato de uma menina de 13 anos em seu dormitório.

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.

A Agência da ONU para Assistência a Refugiados Palestinos, Unrwa, está preocupada com o impacto que o fechamento do distrito de Hebron está tendo sobre a população local.

Em comunicado, a Unrwa afirmou que o fechamento por autoridades israelenses está afetando principalmente o acampamento de refugiados de Fawar.

Atirando a esmo

Segundo Israel, a medida ocorreu por causa de uma série de incidentes violentos realizados pouco antes do fim do ramadã, o mês de jejum dos muçulmanos.

Dois israelenses foram mortos, incluindo uma menina de 13 anos que dormia em seu quarto, em 30 de junho. A outra morte ocorreu durante um ataque no qual alguém num carro atirou a esmo, no sul de Hebron. No fim do mês passado e início deste mês, duas pessoas foram esfaqueadas em incidentes separados.

O secretário-geral da ONU condenou os atentados de forma veemente. Desde o início da medida, a principal entrada do campo de Fawar permaneceu fechada por 25 dias consecutivos, afetando a vida de 9,5 mil refugiados.

Riscos de saúde

Com a ação, remédios não puderam ser entregues, o lixo não foi retirado e o movimento diário de pessoal da Unrwa no campo também foi afetado. Uma das preocupações é com o aumento dos riscos de saúde para os moradores.

A entrada continua aberta apenas para pedestres, mas muitos não tem recursos financeiros para pagar por locomoção.

O director de terreno da Unrwa para a Cisjordânia obteve permissão para visitar a área em 19 de julho e condenou o que viu.

Ambulância

Segundo ele, a medida pune, de forma coletiva, os moradores do campo de Fawar. Ele lembrou que durante um dos ataques, um casal de refugiados foi o primeiro a ajudar a família israelense mesmo antes da chegada da ambulância.

Scott Anderson pediu às autoridades israelenses “para se absterem de punir pessoas inocentes por causa dos atos de outros”.

A Unrwa disse que vai continuar cooperando com Israel para passar remédios ao campo e realizar as campanhas de vacinação da clínica médica.

A agência lembrou que a lei internacional proíbe a imposição de punição coletiva nos territórios ocupados.