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Refugiado guineense que sonha em ser jogador de futebol leva Tocha Olímpica BR

O jovem guineense Abdoulaye Kaba. Foto: Acnur

Refugiado guineense que sonha em ser jogador de futebol leva Tocha Olímpica

Abdoulaye Kaba tem 18 anos e mora no Brasil desde 2012; ele foi escolhido pelo Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos para conduzir a chama nesta quinta-feira, por sugestão da Agência da ONU para Refugiados, Acnur.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.*

Quem conduz a Tocha Olímpica nesta quinta-feira é o refugiado Abdoulaye Kaba, nascido na Guiné. O jovem de 18 anos nasceu na capital do país, Conacri, mas chegou ao Brasil em dezembro de 2012.

Ele desembarcou em solo brasileiro como menor desacompanhado: os pais e os irmãos ficaram na Guiné. Abdoulaye mora atualmente em Niterói, no Rio de Janeiro.

Honra

Quem sugeriu o nome dele para o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos foi a Agência da ONU para Refugiados, Acnur. O guineense foi escolhido para carregar a tocha.

O jovem disse acreditar que esta é uma oportunidade que “todo mundo queria ter”. Abdoulaye afirmou estar feliz e encara a tarefa com responsabilidade e honra, “porque estará representando todos os refugiados do mundo.”

Futebol

O sonho dele é ser jogador de futebol e o jovem passou pela categoria de base do Botafogo e, atualmente, joga no meio de campo pela equipe Sub-20 do São Gonçalo Futebol Clube, que disputa a segunda divisão do Campeonato Carioca.

Abdoulaye afirmou ao Acnur que ele quer cursar faculdade de Educação Física porque o esporte é a vida dele. O guineense será o segundo refugiado a conduzir a Tocha Olímpica no Brasil.

Equipe Olímpica

No dia 3 de maio, a refugiada síria Hanan Daqqah, de 12 anos, participou do revezamento. Antes, em Atenas, na Grécia, a chama foi levada pelo refugiado sírio Ibrahim Al-Hussein.

Várias iniciativas entre o Acnur e o Comitê Rio 2016 estão chamando a atenção para a causa dos refugiados. Em parceria com a Cáritas Arquidiocesana do Rio de Janeiro, 38 refugiados que vivem na cidade foram selecionados para atuar como voluntários dos jogos.

Com o apoio do Acnur, o Comitê Olímpico Internacional, COI, organizou a primeira equipe de atletas refugiados: são 10 esportistas que competirão sob a bandeira do COI.

*Apresentação: Michelle Alves de Lima.

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