Chefe humanitário pede reforço da ajuda após combates no Sudão do Sul
Plano de contingência é executado em Juba; parceiros procuram apoio para os afetados pelos quatro dias de confrontos; agências de notícias informaram que cidade continua relativamente calma após declaração de cessar-fogo.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O coordenador Humanitário da ONU no Sudão do Sul pediu aos doadores internacionais que reforcem o apoio à ação humanitária ao país devido à "grande quantidade de pessoas que precisam de assistência com urgência".
Em nota, Eugene Owusu afirmou que é preciso aumentar os recursos porque as necessidades aumentaram após os mais recentes combates entre forças leais ao presidente Salva Kiir e as forças que apoiam o primeiro vice-presidente Riek Machar.
Necessidades Humanitárias
De acordo com as Nações Unidas, somente 40% dos US$ 1,3 mil milhões pedidos para este ano foram recebidos para responder às necessidades humanitárias dos sul-sudaneses.
Agências de notícias informaram que após o cessar-fogo declarado na segunda-feira, Juba é uma cidade tranquila e sem helicópteros ou tanques a circular. As lojas continuam fechadas. Pelo menos 272 pessoas perderam a vida durante os quatro dias de intensos combates.
O responsável disse que parceiros humanitários que atuam no terreno ativaram um plano de contingência para a maior cidade do país e buscam mais apoio para os afetados pelos confrontos.
Combates
Mas o pedido às partes envolvidas é que garantam acesso seguro e sem restrições às organizações humanitárias para garantir que estas cheguem a todos os carenciados, incluindo nos locais mais atingidos pelos combates.
Os mais de 36 mil deslocados estão abrigados em instalações da ONU, ONGs, escolas e igrejas de Juba. A maioria é composta por mulheres e crianças. Uma parte deles começou a voltar para casa e a outra continua preocupada com sua segurança.
O coordenador lembra que antes dos novos combates em Juba, a situação humanitária no Sudão do Sul já estava difícil.
Os níveis de insegurança alimentar eram considerados "sem precedentes", no país que tem um deslocado em cada cinco habitantes.
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