Em Paris, Ban pede "solução humana" para refugiados e migrantes
Secretário-geral da ONU disse que os desafios enfrentados pela comunidade internacional não param nas fronteiras; ele disse que "todos são mais fortes quando trabalham juntos".
Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu este sábado em Paris, aos países europeus e a comunidade internacional que trabalhem para uma solução humana e com compaixão para solucionar a crise de migrantes e refugiados.
Durante coletiva de imprensa com o presidente francês, François Hollande, Ban afirmou que "os desafios enfrentados pela comunidade internacional não param nas fronteiras".
Assuntos Humanitários
Ele disse que "todos são mais fortes quando trabalham juntos". O chefe da ONU conta com a contínua parceria da União Europeia e do Reino Unido em assuntos humanitários e de desenvolvimento, como também, em relação à paz, à segurança e particularmente, à migração.
Falando em francês na coletiva sobre migrantes, Ban disse que visitou a ilha de Lesbos, na Grécia, na semana passada, onde se reuniu com refugiados sírios, iraquianos e de outros países.
O secretário-geral explicou que essas pessoas realizaram uma "longa e cansativa jornada" e querem o que todos desejam, ou seja, "viver em segurança, com suas crianças na escola, conseguir emprego e ter a oportunidade de contribuir para o progresso da humanidade".
Num momento de crescente divisão e xenofobia, Ban encorajou a todos na Europa a respeitarem os valores de liberdade, compaixão e generosidade.
Respeito
Na opinião do chefe da ONU, isso pode ser feito através "do respeito aos direitos humanos, mostrando solidariedade às pessoas que estão sofrendo e ajudando a humanidade a caminhar na direção de um futuro melhor".
Ele disse que conversou com o presidente francês sobre a situação no Mali, na República Centro-Africana e sobre o processo de paz do Oriente Médio.
Ao mencionar a votação do referendo sobre a saída do Reino Unido da União Europeia, Ban disse estar confiante de que as conversações entre os dois lados vão ser realizadas em uma "atmosfera pragmática e positiva".
Momento
Ainda em Paris, o secretário-geral recebeu doutorado honoris causa da Universidade Pantheon-Sorbonne. Na cerimônia, ele disse que estava profundamente preocupado com o aumento da xenofobia na Europa.
Segundo o chefe da ONU, o continente "tem um profundo compromisso com os direitos humanos e a França, em particular, sempre foi um exemplo".
Para ele, "chegou o momento do país e de toda a Europa colocar em prática esses ideais".