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OMS publica novas orientações de saúde para quem vai às Olimpíadas BR

Imagem: Olimpíadas do Rio 2016

OMS publica novas orientações de saúde para quem vai às Olimpíadas

Jogos começam em 5 de agosto Rio de Janeiro; cinco outras cidades recebem partidas da competição de futebol; agência aconselha grávidas a não viajarem a áreas de circulação do zika.

Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova York.

A Organização Mundial da Saúde, OMS, publicou nesta terça-feira novas recomendações para trabalhadores de saúde e autoridades sobre práticas e medidas para segurança de pessoas que viajarão para as Olimpíadas.

Os Jogos Olímpicos, marcados entre 5 e 21 de agosto, no Rio de Janeiro, serão seguidos das Paralimpíadas entre 7 e 18 de setembro. Além do Rio, cinco outras cidades receberão jogos de futebol: Belo Horizonte, Brasília, Manaus, Salvador e São Paulo.

Antes da Viagem

Segundo a OMS, antes da partida os viajantes devem ser aconselhados sobre os riscos de saúde nas áreas que pretendem visitar. Eles devem ainda tomar medidas preventivas que diminuam a probabilidade de contraírem doenças ou terem acidentes. E o alerta não é só sobre o zika.

A agência aconselha os viajantes a consultar as orientações emitidas pelas autoridades de seus países. A OMS lembra que o Sistema Único de Saúde brasileiro, SUS, é gratuito inclusive a visitantes.

Zika

A OMS recomenda que grávidas não viajem a nenhuma área onde o vírus zika esteja circulando. O vírus é propagado principalmente por mosquitos, mas a transmissão sexual tem sido cada vez mais documentada.

Com base no conhecimento atual da doença e suas complicações, a OMS recomenda às autoridades nacionais de saúde e trabalhadores da área que forneçam informações atualizadas sobre potenciais complicações da doença e medidas para reduzir o risco de infecção. Entre elas prevenir picadas de mosquito e praticar sexo seguro.

Já as mulheres que engravidarem ou descobrirem a gravidez no Brasil ou logo após o retorno devem contatar serviço de saúde.

Transmissão

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Grávidas cujos parceiros vivem ou estiveram em áreas com surto do vírus devem praticar sexo seguro, ou se abster durante a gravidez. Foto: ONU/Martine Perret
Grávidas cujos parceiros vivem ou estiveram em áreas com surto do vírus devem praticar sexo seguro, ou se abster durante a gravidez.

Outras recomendações incluem orientar viajantes a praticar sexo seguro ou abstenção durante sua estadia no Brasil ou em outras áreas com transmissão do vírus por pelo menos oito semanas após o retorno.

Se homens apresentarem os sintomas da doença, devem praticar sexo seguro ou se abster por pelo menos seis meses. Viajantes voltando do Brasil ou de outras áreas com transmissão do zika não devem doar sangue por pelo menos quatro semanas após o retorno.

Vacinas

A OMS afirmou que uma consulta médica deve ser marcada pelo menos de 4 a 8 semanas antes da partida para permitir tempo suficiente para imunização, tanto para vacinas de rotina como aquelas indicadas para destinos específicos.

Segundo a agência, mesmo quando a viagem é iminente, há tempo de fornecer orientações e algumas vacinas.

A OMS cita, por exemplo, que a imunização contra sarampo e rubéola devem ser atualizadas para evitar importação do vírus ao Brasil. O poliovírus selvagem foi eliminado do país em 1989. Para evitar a reintrodução da pólio no Brasil, viajantes de países onde houve casos recentes da doença devem ser plenamente imunizados.

A agência defende ainda que para viajantes com risco de sérias complicações a partir do influenza, a vacinação deve ser considerada.

Mosquito

As recomendações da OMS incluem ainda prevenção a outras doenças transmitidas por mosquitos, incluindo dengue, chikungunya e malária.

Embora o risco destas doenças seja menor durante o inverno, a agência ressalta que os viajantes ainda devem tomar medidas de proteção para evitar picadas de mosquito.

Infecções transmitidas sexualmente, como HIV, sífilis e hepatite B, também foram citadas.

Comida e Bebida

No documento, a agência mencionou precauções para evitar doenças causadas por lavar as mãos de forma frequente e sempre antes de consumir alimentos.

Segundo a OMS, a qualidade de águas classificadas como recreativas, incluindo em locais onde haverá eventos dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, tem sido “abaixo do padrão” devido à contaminação com esgoto.

Embora medidas para abordar a questão estejam sendo tomadas, os viajantes devem seguir os conselhos das autoridades locais.

Segurança

A agência da ONU também alerta para crime, incluindo violentos, no Brasil, e acidentes de trânsito que seriam a principal causa de morte entre viajantes com menos de 55 anos.

No documento, a OMS menciona ainda deslizamento de terras e inundações, e defende que os visitantes estajam conscientes da presença de animais venenosos.

A agência conclui afirmando ser uma “boa prática” para trabalhadores de saúde que peçam o histórico de viagens de seus pacientes, levando em conta que algumas infecções têm um período longo de incubação.

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