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Chefe de direitos humanos pede a Moçambique para combater corrupção

Zeid Al Hussein nesta segunda-feira em Genebra. Foto: ONU/Jean-Marc Ferré

Chefe de direitos humanos pede a Moçambique para combater corrupção

Alto comissário das Nações Unidas destacou o país em discurso de abertura no Conselho de Direitos Humanos, em Genebra; Zeid Al Hussein pediu ao governo de Maputo que faça todo o possível para levar os autores de execuções sumárias, sequestros e atos de violência à justiça.

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova Iorque.

A situação da violência em Moçambique foi destaque no discurso do alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, nesta segunda-feira em Genebra.

Zeid Al Hussein falava durante a abertura da reunião do Conselho de Direitos Humanos quando pediu mais ação por parte da comunidade internacional para combater conflitos e guerras que vitimam civis inocentes em todo o mundo, especialmente mulheres e crianças.

Vaga de deslocamentos

Ao destacar sua preocupação com a situação de dezenas de países, Zeid afirmou que Moçambique está retornando a um quadro de violência.

Ele disse que o país de língua oficial portuguesa tem sido considerado uma história de sucesso em África nos últimos anos. Mas para o alto comissário da ONU, a retomada das confrontações entre a ala armada da Renamo e o exército moçambicano está causando uma vaga de deslocamentos internos de pessoas que tentam escapar dos combates.

Zeid Al Hussein citou relatos de raptos, execuções sumárias e maus tratos, além de ameaças a vida de defensores de direitos humanos e jornalistas.

Ele pediu ao Governo de Moçambique que faça todo o possível para levar os autores destes atos à justiça, e que também combata a corrupção no país, que tem impedido que muitos possam desfrutar de seus direitos econômicos e sociais.

O alto comissário de Direitos Humanos da ONU falou ainda dos conflitos na Síria, no Iémen, na Líbia, na República Centro-Africana e outras partes do mundo, pedindo que a comunidade internacional ponha um fim ao flagelo.