Mulheres em locais de deslocamento na Nigéria em alto risco de abuso
Dados são do Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários, Ocha; avaliações referem-se ao estado de Borno, no nordeste do país.
Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova Iorque.*
Novas avaliações sobre a proteção de pessoas a viver no estado de Borno, no nordeste da Nigéria, concluíram: mulheres enfrentam um alto risco de abuso em locais de deslocamento.
Os dados são do Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários, Ocha.
Responsabilidade
De acordo com um informe do Ocha, deslocamento e conflito destruíram hierarquias tradicionais resultando em um grande número de famílias lideradas por mulheres no estado, aumentando desta forma a sua carga de responsabilidade.
Em termos de estruturas da região, a situação deixaria estes domícilios sem redes de apoio.
Segundo o Escritório, em algumas famílias, o princípio islâmico do “kulle”, que impede que as mulheres saiam de casa à procura de subsistência, ainda é praticado.
Atividades Arriscadas
Deslocados internos e integrantes de comunidades anfitriãs estariam a recorrer a atividades cada vez mais arriscadas para atender as suas necessidades básicas.
Ainda segundo o Escritório, a probabilidade de famílias lideradas por mulheres estarem em situação de insegurança alimentar é maior.
Sexo para Sobrevivência
Além disso, existe um número cada vez maior de mulheres e raparigas recorrerem a práticas como sexo em troca de comida ou dinheiro para alimentar as suas famílias.
O Ocha também afirmou que estão a aumentar os relatos de ataques enquanto as mulheres estão a realizar atividades como recolher e vender lenha, por exemplo.
Em áreas que tonaram-se acessíveis recentemente, onde o Boko Haram ainda tem presença, há relatos de mulheres sendo mortas ou sequestradas.
*Apresentação: Denise Costa.