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Acnur diz que mortes de migrantes no Mediterrâneo subiram mais de 30% BR

Refugiados e migrantes no porto de Augusta em Sicília, Itália. Foto: Acnur/Patrick Russo

Acnur diz que mortes de migrantes no Mediterrâneo subiram mais de 30%

Segundo agência da ONU, desde janeiro quase 204 mil pessoas conseguiram atravessar o Mar Mediterrâneo em direção à Europa; mais de 2,5 mil perderam a vida nessa viagem, 30% a mais do que no mesmo períoodo do ano passado.

Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, Acnur, está preocupado com o aumento do número de mortes no Mar Mediterrâneo. Desde janeiro, 2,5 mil pessoas perderam a vida na travessia.

Em Genebra, o porta-voz William Spindler afirmou que 203,9 mil pessoas conseguiram realizar a viagem pelo Mediterrâneo desde o início do ano. A maioria seguiu da Turquia para a Grécia. Pouco mais de 20% desse total saiu do norte da África em direção à Itália.

Número Elevado

Ele afirmou que 2016 tem sido um ano com um número muito elevado de mortes na região. Se comparado ao ano passado, houve um aumento de 30%. Em 2015,  1,8 mil morreram no mesmo período analisado.

Em entrevista à Rádio ONU, de Genebra, durante o fim de semana, Spindler falou sobre os migrantes e refugiados que tentam chegar à Europa.

Spindler também contou que “essas são pessoas que arriscaram suas vidas para buscar proteção ou uma vida melhor na Europa.  Para ele é uma tragédia (naufrágios) que continua todas as semanas, todos os meses, e que é visto com muita preocupação. Ele lembrou que as pessoas, os refugiados que buscam segurança não devem arriscar as vidas dessa maneira.

Novos Dados

Spindler disse que novos dados dos sobreviventes que foram levados para a Itália, mostram que os naufrágios ocorridos na semana passada na região causaram a morte de, pelo menos, 880 pessoas.

De acordo com os sobreviventes, são comuns os relatos de traumas causados por violência sexual ou de gênero contra mulheres que realizam a viagem ou estão sendo traficadas.

Segundo o Acnur, algumas mulheres disseram que estavam sendo levadas para serem usadas como escravas sexuais na Líbia. Houve também um aumento no número de chegadas de crianças desacompanhadas.

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