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Primeira general em forças de paz da ONU quer mais mulheres no terreno BR

General Kristin Lund na Missão de Paz do Chipre. Foto: Unficyp

Primeira general em forças de paz da ONU quer mais mulheres no terreno

Norueguesa Kristin Lund aposta em taxa de paridade para boinas-azuis da organização; para ela, as mulheres querem servir, só precisam de mais incentivos e informação; Dia Internacional dos Boinas-Azuis será marcado neste domingo, 29 de maio.

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.

A primeira mulher a chefiar uma força de paz da história das Nações Unidas está apostando na inclusão de mais militares femininas  no terreno para fazer a diferença.

Atualmente, a ONU tem 3% de suas forças compostas por mulheres em uniforme atuando em 16 missões pelo mundo. Na Missão de Paz do Chipre, Unficyp, o comando é de Kristin Lund, general da Noruega. Ela fez história em 2014 ao se tornar a primeira chefe feminina de uma operação de paz.

História

Em entrevista exclusiva à Rádio ONU, a general Kristin Lund, da Noruega, disse que as mulheres querem servir, mas para isso precisam de contar com incentivos e apoios por parte de seus países.

Kristin Lund disse que as mulheres estão refletindo o sistema atual. Segundo ela, o  número de mulheres nas forças armadas ou em qualquer outra atividade militar é consequência da sociedade do país. E contou que na Noruega, por exemplo, as leis e regras dão oportunidade às mulheres, e o país tem cerca de 10% de forças femininas na defesa.

Lund lembrou que a media de mulheres servindo na força de paz do Chipre é de 6% após o apelo que ela fez aos países contribuintes de tropas.

Conflito

A comandante das forças da ONU no Chipre já serviu nos Bálcãs e no Líbano, e ao seu próprio país no Afeganistão. Lund diz que é muito mais fácil para as mulheres que vivem em áreas de conflito buscarem ajuda em outras mulheres militares.

Para Kristin Lund, a carreira militar oferece possibilidades de avançar na profissão, e garante às mulheres o direito de igualdade. Segundo ela, o objetivo de vários países é alcançar a paridade com uma divisão de 50/50 para todas as ocupações nos quartéis de recruta a oficiais das três forças.