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Em Istambul, Moçambique pede mudanças na atuação humanitária

Silva Dunduro discursa na Conferência Humanitária Mundial. Foto: Reprodução vídeo ONU

Em Istambul, Moçambique pede mudanças na atuação humanitária

Ministro disse que é preciso maior sustentabilidade diante da redução de fundos na área; apoio internacional à Agenda para a Humanidade elogiada pelo secretário-geral da ONU no fim da Conferência Humanitária Mundial.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

Moçambique reiterou esta terça-feira que defende os esforços para reduzir os fluxos de migração e de refugiados. A declaração foi feita no fim da Conferência Humanitária Mundial.

Antes do fecho do evento, em Istambul, o ministro da Cultura e Turismo, Silva Dunduro, disse que é preciso mitigar crises e adotar ações sustentáveis tendo em conta que os fundos de assistência humanitária baixaram nos últimos anos.

Sinais

"Moçambique subscreve a necessidade de abordagem dos indicadores de aviso prévio na perspetiva de prevenção da eclosão de crises humanitárias. Não podemos continuar a ignorar esses sinais face ao evidente efeito da prevenção. Há igualmente a necessidade de mudança de paradigmas das operações da comunidade humanitária de acordo com a realidade do nosso tempo."

O governo moçambicano reiterou o seu "compromisso de observar os princípios humanitários", no evento que para a ONU colocou os países num novo curso.

Apoio

Na cimeira que teve a participação de 8 mil pessoas, o secretário-geral Ban Ki-moon sublinhou o apoio dos Estados para a chamada Agenda para a Humanidade com os seus cinco princípios.

Os pontos do plano são: liderança global para prevenir e acabar com os conflitos;  defesa de leis que protegem a humanidade; não deixar ninguém para trás; acabar com a necessidade de se entregar ajuda humanitária e investir na humanidade.

Dignidade e Prosperidade

Ban disse que é preciso executar o plano para ter as pessoas a "viver com dignidade e prosperidade e para cumprir a promessa acordadas na Agendas de Desenvolvimento Sustentável e da Mudança Climática.

O chefe da ONU disse que parceiros humanitários e de desenvolvimento concordaram numa nova forma de trabalho para reduzir a necessidade de ação humanitária investindo em comunidades resilientes e em sociedades estáveis.

Ban destacou que agências de auxílio e governos doadores comprometeram-se numa  "grande oportunidade" para fazer chegar mais recursos às mãos dos necessitados a nível local e nacional.

A ONU estima que 125 milhões de pessoas precisam atualmente de ajuda humanitária.