ONU alerta para crise no Iêmen que “exige atenção internacional urgente” BR

Diretor de operações do Ocha visitou o país e chamou atenção para situação humanitária desesperadora; John Ging afirmou que houve “queda chocante” no financiamento de doadores; Plano de Resposta precisa de US$ 1,8 bilhão para ajudar 13 milhões de pessoas este ano.
Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova York.
Após uma visita de três dias ao Iêmen, o diretor de operações do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assistência Humanitária, Ocha, chamou atenção para a desesperadora situação humanitária no país, que continua a piorar após um ano da escalada do conflito.
Nesta terça-feira, John Ging falou a jornalistas que os números mostram a escala da crise: mais de 10 milhões de pessoas precisam de assistência para cuidados básicos de saúde e 2,5 milhões foram deslocados pelos combates desde janeiro de 2014.
Recursos
Ging afirmou, no entanto, que nos últimos meses houve uma “queda chocante” no financiamento de doadores à assistência humanitária aos iemenistas.
Cerca de 7,6 milhões estão em situação de insegurança alimentar grave. O diretor de operações do Ocha declarou ainda que a crise no país é uma das “maiores do mundo” atualmente.
Apelo
No ano passado, 8,8 milhões de pessoas receberam assistência vital no Iêmen, apesar do conflito contínuo e das graves restrições de movimento que tornaram o apoio humanitário difícil e, muitas vezes, perigoso.
Ging fez um apelo às partes em conflito para que priorizem a proteção e as necessidades dos civis e permitam acesso irrestrito aos trabalhadores humanitários.
Aos doadores, pediu urgentemente maior atenção e apoio ao Plano de Resposta Humanitário para o Iêmen.
A estratégia precisa de US$ 1,8 bilhão, o equivalente a cerca de R$ 6,3 bilhões, para ajudar 13 milhões de pessoas este ano. No entanto, apenas 16% do plano recebeu financiamento até agora.
John Ging esteve no Iêmen acompanhado de representantes de duas agências da ONU: o Programa Mundial de Alimentos, PMA, e a Organização Mundial da Saúde, OMS.
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