Índice de pobreza ainda é “muito alto” nos países menos desenvolvidos
Representante para estas nações, Gyan Chandra Acharya, falou a jornalistas, em Nova York, próxima conferência da ONU sobre estes países entre 27 e 29 de maio, na Turquia; cinco países de língua portuguesa fazem parte do grupo.
Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova York.
“A incidência de pobreza ainda é muito alta” nos países menos desenvolvidos, países em desenvolvimento sem litoral e pequenos Estados-ilha em desenvolvimento.
A declaração foi feita pelo subsecretário-geral e representante para estas nações, Gyan Chandra Acharya.
Linha de Pobreza
Segundo Acharya, quase “metade da população ainda está abaixo da linha de pobreza nestas nações”.
O subsecretário-geral falou a jornalistas na sede da ONU, em Nova York, sobre a próxima conferência da organização sobre países menos desenvolvidos entre 27 e 29 de maio em Antália, na Turquia.
Melhores Práticas
Na ocasião, será feita a revisão intermediária do Programa de Ação de Istambul, adotado em 2011, e serão abordados desafios, sucessos e melhores práticas.
Para Acharya, “o encontro também é uma oportunidade para capitalizar sobre a disponibilidade da comunidade internacional em redobrar esforços para acelerar o apoio aos países menos desenvolvidos”.
Conferência Humanitária Mundial
O representante afirmou ainda que há uma relação muito próxima entre o que será discutido na Conferência Humanitária Mundial, entre 23 e 24 de maio, em Istambul, o que será discutido no encontro em Antália, no contexto dos desafios e oportunidades dos países menos desenvolvidos.
Acharya destacou que a conferência humanitária é “muito relevante” para estes Estados, já que eles sofrem “impacto desproporcional tanto de desastres naturais e provocados pelo homem” assim como de “crises humanitárias”.
Progresso
Segundo o subsecretário-geral, o crescimento econômico tem sido, em geral, “positivo” nestes países nos últimos cinco anos. O desafio, no entanto, é que esse avanço não está sendo “dividido igualmente” entre estes Estados.
Acharya ressaltou que “quase um quarto dos países menos desenvolvidos” tem índice de crescimento de mais de 7%, o que ele considera “bastante substancial”.
O representante citou ainda progressos em áreas como desenvolvimento humano, aumento do acesso à internet e energia, representação das mulheres nos Parlamentos e redução na mortalidade materna e infantil.
Desafios
Entre os desafios, ele mencionou os altos índices de pobreza, situações de conflito ou pós-conflito e alta vulnerabilidade a desastres, pandemias e impactos das mudanças climáticas, entre outras questões.
De acordo com Acharya, cerca de 1 bilhão de pessoas vivem nos 48 países considerados menos desenvolvidos. Fazem parte do conjunto os lusófonos Angola, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
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