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África: Fida quer maior uso de “um quarto das terras aráveis do mundo"

Para presidente do Fida, investimentos para estimular a produção agrícola devem poupar US$ 35 mil milhões anuais ao continente africano. Foto: Unmiss/JC McIlwaine

África: Fida quer maior uso de “um quarto das terras aráveis do mundo"

Alternativas para o avanço do continente serão debatidos por governos e empresas em eventos realizados em Kigali; agência prevê que demanda por alimentos possa duplicar a cada 30 anos no continente.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.*

África tem a metade das terras não cultivadas do mundo que são adequadas para a produção de alimentos.

O fator é sublinhado pelo Fundo Internacional para o Desenvolvimento da Agricultura, Fida, que revela que o continente com um quarto das terras aráveis do planeta responde por apenas 10% da produção agrícola global.

Pequenos Agricultores

Kigali, capital do Ruanda, acolhe líderes de governos e representantes empresariais do continente esta terça e quarta-feira. O Fórum Grow Africa Investment e o Fórum Económico Mundial sobre África deve abordar temas de desenvolvimento.

Para o presidente da agência da ONU, Kanayo Nwanze, é preciso um trabalho conjunto para aproveitar o potencial do continente e investir em pequenos agricultores a quem considera a "espinha dorsal da agricultura africana".

O representante destaca haver "oportunidades sem precedentes" e indica que investir em áreas rurais é a outra forma de atingir metas de desenvolvimento, que incluem reduzir a pobreza.

Produtividade

O responsável defende uma série de investimentos certos a ocorrerem nos próximos cinco anos, que "poderiam duplicar a produtividade agrícola africana".

O Fida revelou que a população de África cresce anualmente 2,7%, enquanto a procura de alimentos deve duplicar a cada 30 anos.

Para ele, os investimentos para estimular a produção agrícola devem poupar US$ 35 mil milhões anuais ao continente em importações. Com esse valor, África deve investir para acelerar o desenvolvimento económico.

Para Nwanze, os "investimentos por si só não vão transformar o continente", sendo preciso que os governos garantam um forte compromisso com políticas e incentivos para estimular a produção dos pequenos agricultores.

*Apresentação: Denise Costa.

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