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Relatório aponta ritmo lento do desempenho económico de Moçambique

O relatório prevê que o crescimento do PIB deve desacelerar ainda mais, para 5,8%, devido ao declínio contínuo nos preços das matérias-primas exportadas, aos efeitos da seca, e a um maior aperto fiscal. Foto: Banco Mundial

Relatório aponta ritmo lento do desempenho económico de Moçambique

Banco Mundial destaca que economia do país continua a ser cada vez mais exposta a elevados níveis de risco fiscal; estudo prevê que PIB deve recuperar crescimento em 2017.

Michelle Alves de Lima, da Rádio ONU em Nova Iorque.

Um relatório divulgado nesta terça-feira pelo Banco Mundial aponta que a performance económica de Moçambique “abrandou para o ritmo mais lento desde 2009”, após passar por anos consecutivos de crescimento acelerado.

O documento, entitulado “Actualidade Económica de Moçambique”, afirma ainda que a economia do país continua a ser cada vez mais exposta a elevados níveis de risco fiscal. A publicação cobre o período até março de 2016.

Perspetivas Económicas

Apesar de as perspetivas económicas do país permanecerem sólidas, o relatório sugere que uma resposta política robusta é vital para gerir as pressões de curto prazo e preparar as bases para o crescimento futuro.

De acordo com a economista-sênior para Moçambique do Banco Mundial, Shireen Mahdi, “as pressões de curto prazo em 2016 apontam para a importância de reequilíbrio da posição externa, reconstrução de reservas internacionais, além de assegurar decisões finais de investimento para o desenvolvimento dos campos de gás da bacia do Rovuma”.

Recuperação

Os baixos preços das matérias-primas e a fraca demanda entre os parceiros comerciais, juntamente com a seca na região, foram alguns dos fatores que contribuíram para a redução do crescimento do PIB de 7,4% para 6,3% em 2015. A queda dos níveis de investimento e o aumento da dívida pública agravaram ainda mais a situação.

Segundo a publicação, o ambiente externo adverso deve persistir em 2016. O relatório prevê que o crescimento do PIB deve desacelerar ainda mais, para 5,8%, devido ao declínio contínuo nos preços das matérias-primas exportadas, aos efeitos da seca, e a um maior aperto fiscal. A recuperação deve vir em 2017, quando o PIB deve chegar a mais de 7%.