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Necessário com urgência financiamento para agricultores da Etiópia

A insegurança alimentar já atinge 224 distritos na Etiópia. Foto: FAO/Tamiru Legesse

Necessário com urgência financiamento para agricultores da Etiópia

FAO precisa de US$ 10 milhões para distribuir sementes; país enfrenta a pior seca dos últimos 50 anos devido ao El Niño; Angola também está a sofrer efeitos do fenómeno natural, com 1,4 milhão de afectados.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova Iorque.

Faltam seis semanas para a principal época de cultivo na Etiópia e os agricultores do país necessitam com urgência de financiamento para evitar piora da insegurança alimentar.

Devido ao El Niño, o país está a enfrentar a pior seca em 50 anos. A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, precisa de US$ 10 milhões para distribuir, nas próximas duas semanas, sementes às famílias etíopes que já estão a correr risco de fome.

Cultivo

Se as sementes não forem entregues a tempo, a agência da ONU teme que seja tarde para garantir plantios decentes na próxima temporada, a principal na Etiópia, quando geralmente são produzidos 85% dos estoques de alimentos nacionais.

Com a crise, a renda de muitas pessoas diminuiu, prejudicando a habilidade de comprarem sementes de milho, sorgo, trilho e legumes. São 1,7 milhão de famílias de agricultores sem sementes para plantio imediato. A temporada de cultivo começa a meados de junho e segue até final de agosto.

Dinheiro

Enquanto a crise piora no país, o apoio à agência tem desapontado: a FAO recebeu apenas 15% do apelo financeiro feito para a Etiópia. São mais de 10 milhões de pessoas a sofrer de fome devido às fracas colheitas, mortes de cabeças de gado e pouca chuva.

Para reveter os efeitos do El Niño, a FAO trabalha ao lado do governo etíope. A insegurança alimentar já atinge 224 distritos, 20% a mais do que há três meses.

Angola

O fenómeno natural também está a atingir Angola. A seca severa afecta 1,4 milhão de angolanos, em sete das 18 províncias do país.

A taxa de má nutrição severa dobrou na comparação com o primeiro semestre de 2015. Atualmente, 95 mil crianças de Angola estão afectadas e a insegurança alimentar pode piorar de julho até o final do ano.

As Nações Unidas criaram uma equipa de emergência para responder aos efeitos da seca. Os preços dos alimentos dispararam em Angola e o poder de compra da população foi reduzido em 40%.

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