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Missão da Unesco revela destruição de templos sírios com quase 2 mil anos BR

Sítio de Palmira na Síria. Foto: Unesco/F. Bandarin

Missão da Unesco revela destruição de templos sírios com quase 2 mil anos

Especialistas enviados a Palmira apresentam primeiras conclusões dos danos à cidade, considerada Patrimônio Mundial; cabeças de estátuas em museu foram cortadas e fragmentos deixados no chão; equipes avaliam restauração das peças.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York. 

Especialistas da Unesco apresentaram esta quarta-feira as primeiras conclusões sobre o estado da cidade síria de Palmira, que é Patrimônio Mundial e foi libertada do controle do grupo terrorista Isil no mês passado. A missão visitou o local, a noroeste de Damasco, entre 24 e 26 de abril.

Palmira tem templos e ruínas com quase 2 mil anos de existência e é considerada “um oásis no deserto sírio”. Escoltada por forças de segurança da ONU, a equipe da Unesco visitou o museu da cidade e sítios arqueológicos.

Estátuas

Os danos no museu de Palmira são enormes: estátuas e sarcófagos foram destruídos, sendo que cabeças de esculturas foram cortadas e os fragmentos das obras de arte deixados no chão.

Os especialistas identificaram o que será necessário para documentar, proteger e restaurar o que for possível. Os trabalhos para documentar os fragmentos das estátuas destruídas já começaram.

Assassinatos

Na área arqueológica de Palmira, a equipe da Unesco observou a destruição do arco do triunfo e do Templo de Baal Shamim, que foi totalmente despedaçado. Os integrantes da missão observaram um minuto de silêncio para as vítimas assassinadas no Anfiteatro local.

Os danos ao Templo de Bel foram observados à distância, já que o local está inacessível. As operações de desminagem na área continuam. A Citadela de Mamluk também foi seriamente danificada, mas ainda não há como chegar perto do local.

Identidade Cultural

A diretora-geral da Unesco destacou que “Palmira é o pilar da identidade síria e fonte de dignidade” para a população do país. Irina Bokova afirmou que a Unesco está determinada em garantir a proteção de Palmira, como parte das operações humanitárias e de paz na região.

A missão concluiu que apesar da enorme destruição, Palmira preserva boa parte de sua integridade e autenticidade. Com parceiros, a Unesco trabalha para adotar medidas de emergência para proteger a área.

A agência da ONU vai enviar uma outra missão de especialistas internacionais à Síria, para avaliar o estado de conservação de vários patrimônios históricos, incluindo novamente Palmira. Uma reunião dos especialistas ocorrerá no início de junho, na Alemanha.

O relatório completo sobre as condições de Palmira será apresentado ao Comitê do Patrimônio Mundial, na sessão anual do grupo que ocorrerá em julho, na Turquia.

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