Ban reitera combate ao extremismo no Fórum da Aliança das Civilizações
Evento reúne milhares de delegados de todo o mundo no Azerbaijão; secretário-geral destaca benefício da divisão e exclusão para extremistas; chefe da iniciativa alerta para disparidades na riqueza e nas oportunidades no mundo.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
Mais de 2,5 mil representantes participam desde esta terça-feira no 7º Fórum Global da Aliança das Civilizações, na capital do Azerbaijão Baku.
Entre eles estão chefes de Estado e de governo, políticos, membros da sociedade civil, líderes religiosos e jovens.
Extremismo e Terrorismo
Na sessão de abertura foi exibida uma mensagem de vídeo, gravada pelo secretário-geral da ONU. Ban Ki-moon considerou importante o papel da Aliança das Civilizações para que "ninguém fique para trás na Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável e para abordar as causas profundas do extremismo violento e do terrorismo".
O chefe da ONU disse que a divisão e a exclusão somente favorecem aos extremistas, e destacou que "o que estes realmente querem destruir são os pontos comuns" dos países.
Ban defendeu ainda que os estereótipos são "perigosos e desestabilizadores", ao frisar que o "sensacionalismo pode vender jornais, mas não resolve os problemas."
Suspeitas
O chefe da ONU saudou o trabalho da iniciativa que promove a harmonia entre as nações por "ampliar as vozes moderadas e ajudar a apresentar factos". Para Ban, num mundo de suspeitas e medo, a aliança forja a confiança e a compreensão."
Na reunião, o chefe da Aliança das Civilizações destacou que é preciso contrariar as narrativas de ódio e de desconfiança para impedir o extremismo violento.
Mundo Pacífico
Nassir Abdulaziz Al-Nasser disse que a Aliança é a ferramenta de poder suave, criada para contribuir para um mundo mais pacífico e para o combate à radicalização e polarização, para promover uma maior compreensão intercultural e para o envolvimento em programas para promover essas metas.
Pilares da ONU
O representante afirmou que o tema do fórum deste ano "Viver juntos em sociedades inclusivas: um desafio e um objetivo" converge com os quatro pilares da ONU. Nasser citou a paz e segurança, os direitos humanos, o Estado de direito e o desenvolvimento.
Ele declarou que de uma forma direta, o lema vai de encontro com a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável". O Objetivo 16 prevê a promoção de sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável.
Marginalização
Para Al-Nasser, as disparidades crescentes de riqueza e de oportunidades nas sociedades levam à marginalização e à exclusão.
Ele apontou fatores como a desigualdade de género, o desemprego, em particular dos jovens, além da radicalização como fatores que alimentam os conflitos e aumentam o extremismo violento.
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