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Países vizinhos relatam aumento do fluxo de refugiados do Sudão do Sul

Mulher prepara comida no Sudão do Sul. Foto: FAO/Sudão do Sul

Países vizinhos relatam aumento do fluxo de refugiados do Sudão do Sul

Populações fogem para nações como Sudão, Uganda, República Democrática do Congo e República Centro-Africana; combates recentes entre o exército e a oposição fizeram mais de 96 mil desalojados a oeste.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, Acnur, anunciou esta terça-feira que todos os países vizinhos do Sudão do Sul relatam um aumento do fluxo de refugiados a partir do país.

A nível interno, combates recentes entre as forças governamentais e da oposição na região oriental de Bahr al Ghazal desalojaram mais de 96 mil pessoas para a cidade de Wau.

Fundos

Além dos novos combates, a situação de vários civis é agravada pela insegurança alimentar no norte e pela falta de fundos para ajuda humanitária.

A preocupação do Acnur é com os valores do Plano de Resposta Regional aos Refugiados, agora financiado em apenas 8%. A situação coloca vários serviços essenciais sob ameaça.

O Sudão acolhe 52 mil sul-sudaneses desde janeiro, o que ultrapassa as projeções iniciais para 2016. As populações estão alojadas na região de Darfur e no estado de Kordofan, onde o Programa Mundial de Alimentação e os seus parceiros preparam auxílio alimentar para mais de 120 mil pessoas até junho.

Chegadas Diárias

O Uganda reportou a chegada de até 800 sul-sudaneses ao seu território por dia. O país acolhe 28 mil pessoas que fugiram do Sudão do Sul.

Já a República Democrática do Congo alberga 12 mil sul-sudaneses em comunidades locais. A capacidade de receção já atingiu o seu limite e os recém-chegados são acomodados em situação precária.

Na República Centro-Africana, estima-se que 10,4 mil sul-sudaneses estejam a viver numa área de difícil acesso em Bambouti, no extremo leste.

Cerca de 2,3 milhões de pessoas tiveram que abandonar as suas casas desde o início da violência no Sudão do Sul, em dezembro de 2013. Destes, 678 mil atravessaram as fronteiras e mais de 1,6 milhão vivem como deslocados internos.

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