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Moçambique em alerta vermelho devido à seca

Alerta vermelho em Moçambique devido à seca. Foto: Irin/Siegfried Modola

Moçambique em alerta vermelho devido à seca

Governo precisa de  US$ 180 milhões para assistência nos próximos 12 meses; fenómeno afeta 320 mil agricultores; Fundo de Resposta de Emergência das Nações Unidas, Cerf, doou recursos para intervenção imediata com alimentos, nutrição,  água e saneamento e apoio à agricultura e pecuária.

Ouri Pota, da Rádio ONU em Maputo

Cerca de 1,5 milhão de pessoas precisam de assistência humanitária em Moçambique, devido à seca agravada pelo fenômeno climático El Niño. A falta de chuva no primeiro trimestre está a afetar mais de 320 mil agricultores.

Face à situação, o governo moçambicano declarou esta semana um alerta vermelho institucional para as áreas centro e sul do país.

Insegurança Alimentar

O porta voz do conselho de Ministros, Mouzinho Saíde,  afirma que a medida surge após os resultados apresentados pelo secretariado técnico de segurança alimentar e nutricional.

“Foi reportado que estão em situação de insegurança alimentar, 1.493.928 pessoas nas províncias de Maputo, Gaza, Inhambane, Sofala, Manica, Zambézia e Tete. Perante este quadro, o conselho de ministros decidiu declarar o alerta vermelho institucional para as zonas centro e sul do país por um período de 90 dias”

Plano de Contingência

O alerta vermelho visa  intensificar as ações de assistência às populações afetadas e ampliar o espectro de intervenção do governo e parceiros, segundo cita Mouzinho Saíde.

“Disponibilização de fundos pelo governo previstos no plano de contingência 2015/2016 para o reforço da assistência às pessoas em insegurança alimentar; mobilização de recursos adicionais junto dos parceiros para o reforço dos fundos do plano de contingência; coordenação efetiva das ações dos diversos intervenientes no processo de socorro e assistência humanitária às pessoas e regiões afectadas pela seca".

Apoio da ONU

O Fundo de Resposta de Emergência das Nações Unidas, Cerf,  doou recentemente cerca de US$ 5 milhões para assistência imediata com alimentos, nutrição,  água e saneamento e apoio à agricultura e pecuária.

Segundo o Escritório da ONU para Coordenação de Assuntos Humanitários, Ocha, o governo moçambicano anunciou precisar de pelo menos US$ 180 milhões para garantir assistência às pessoas afetadas nos próximos 12 meses.

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