Desastres em África "colocam em causa os esforços de desenvolvimento"

Afirmações são do coordenador-residente das Nações Unidas em Angola; em seminário, representante destacou que é essencial conhecer riscos para consolidar apoios, recursos e capacidades para promover avanços.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O chefe do sistema das Nações Unidas em Angola participa num encontro regional de partilha de experiências sobre a prevenção de riscos e desastres, que decorre até esta quarta-feira em Luanda.
No evento, Paolo Balladelli disse que os "esforços de desenvolvimento em África estão cada vez mais em causa" devido aos impactos devastadores de desastres naturais como secas e inundações.
Adaptação aos Riscos
Para o coordenador-residente, o desafio está em "encontrar o equilíbrio certo" entre a resposta às necessidades da economia e de desenvolvimento e os investimentos para a redução e a melhor adaptação aos riscos.
Em 2014, mais de 6,8 milhões de africanos foram afetados diretamente por 114 desastres como secas e cheias. Estima-se que essas calamidades tenham provocado "perdas de US$ 2,5 trilhões, a nível mundial neste século."
Capacidade de Resistência
Para o representante da ONU em Angola, as alterações climáticas agravaram ainda mais o problema, prejudicando a capacidade de resistência dos países africanos e dos seus cidadãos.
O outro fator que aumentou os riscos climáticos são os planos de desenvolvimento insustentáveis e de calamidades.
Os problemas associados são urbanizações não planeadas, o desenvolvimento de infraestruturas em áreas de risco ou a competição por recursos escassos.
Consolidar Apoios
Balladelli considera que conhecer os riscos é essencial para consolidar os apoios, recursos e capacidades necessários para o avanço de nações e comunidades resilientes.
O Seminário de Iniciação Regional sobre Desenvolver a Resiliência a Desastres perante Perigos Naturais em Regiões, Países e Comunidades da África Subsaariana é financiado pela União Europeia.
Em nome do governo de Angola discursou no evento o secretário de Estado do Interior, Eugénio Laborinho. O evento reúne representantes de países como Botsuana, Malaui, Lesoto, Tanzânia, e Zâmbia.
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