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Ban fala sobre herança da cultura africana em dia internacional BR

Ban Ki-moon. Foto: ONU/Amanda Voisard (arquivo)

Ban fala sobre herança da cultura africana em dia internacional

Chefe da ONU lamenta que contribuições da diáspora africana para a medicina, a ciência, o governo e a liderança na sociedade sejam menos reconhecidas; 25 de março é o Dia Internacional em Memória às Vítimas da Escravidão.

Michelle Alves de Lima, da Rádio ONU em Nova York.

As Nações Unidas comemoram nesta sexta-feira o Dia Internacional em Memória às Vítimas da Escravidão e do Comércio Transatlântico de Escravos.

Em mensagem para marcar a data, o secretário-geral da organização, Ban Ki-moon, disse ser “imperativo que todos trabalhem juntos por oportunidades iguais, justiça e desenvolvimento sustentável para as pessoas de ascendência africana”.

Herança

Neste ano, o tema do dia é: “Lembre a Escravidão: Celebrando a Herança e a Cultura da Diáspora Africana e suas Raízes”. De acordo com o chefe da ONU, a cultura dinâmica e as tradições da África “continuam enriquecendo a vida nos países que já estiveram envolvidos no comércio transatlântico de escravos”.

Ban pediu para todos que renovem a determinação em lutar contra o racismo e celebrem a herança africana que, todos os dias, melhora as sociedades em todo o mundo.

Para ele, é facil ver “a influência e o legado da África através da música vibrante, arte ousada, alimentos ricos e literatura inspiradora que fazem parte da cultura moderna”.

No entanto, “as contribuições que os integrantes da diáspora africana têm feito para a medicina, a ciência, o governo e a liderança na sociedade em geral” talvez sejam menos reconhecidas.

Coragem

O secretário-geral mencionou ainda os “bens de valor inestimável” que os escravos africanos deixaram para seus descendentes, como firmeza, coragem, força, tolerância, paciência e compaixão.

Na nota, Ban Ki-moon lembra que “todos os anos, as Nações Unidas honram a memória de milhões de africanos que foram removidos à força de suas famílias e terras ao longo de centenas de anos”. O Dia Internacional em Memória às Vítimas da Escravidão e do Comércio Transatlântico de Escravos chama a atenção para o racismo e o preconceito que prevalescem até os dias atuais.

A ONU também observa, desde 2015, a Década Internacional de Afrodescendentes, que vai até 2024. A iniciativa foi implementada após resolução da Assembleia Geral, e uma de suas metas é “promover maior conhecimento e respeito pelo patrimônio diversificado, a cultura e a contribuição de afrodescendentes para o desenvolvimento das sociedades”.