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Angola aposta em política externa para consolidar a paz

Gerges Chikoti promete papel ativo na busca da paz. Foto: ONU/Ky Chung.

Angola aposta em política externa para consolidar a paz

Em Nova Iorque, chefe da diplomacia angolana defendeu maior aproveitamento do potencial de economias das nações africanas; Georges Chikoti defendeu maior estímulo à irmandade e solidez no seio da Cplp.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

Angola revelou a aposta numa política externa para promover a paz e ajudar a relançar os desafios económicos dos países africanos que defendeu terem "muitas potencialidades".

Falando à Rádio ONU, em Nova Iorque, o ministro angolano das Relações Exteriores citou a liderança da Conferência Internacional para a Região dos Grandes Lagos que em 2016  foi atribuída ao país pelo segundo ano consecutivo.

Conflitos

Para Georges Chikoti, a meta angolana é apoiar à região africana para que esta encontre respostas para os vários conflitos que afetam as nações.

"Têm muitas potencialidades económicas e sociais. Também têm recursos e minérios importantes que podem servir melhor às suas populações. Enquanto não houver paz isso não é possível. A missão principal de Angola e do presidente José Eduardo dos Santos é a consolidação da paz e contribuir para ela. Fazer com que países abandonem esta visão de lutar para poucas coisas e que, pelo contrário, consolidem a paz, olhem para o futuro e possam construir os países pacificamente. Essa seria a única via para eles poderem gozar da grande dimensão dos recursos que têm."

Angola assumiu a presidência do Conselho de Segurança em março. Para o chefe da diplomacia angolana, nos próximos tempos o papel ativo na busca da paz deve continuar mesmo que não implique estar à frente de organismos regionais.

Liderança da Cplp

Angola disse que a intenção de pacificar também foi revelada no recente consenso alcançado sobre o mandato do secretário executivo da Comunidade dos Países da Língua Portuguesa, Cplp.Chikoti esteve envolvido nas discussões que culminaram com a decisão de que  São Tomé e Príncipe e Portugal dividiriam o próximo mandato de quatro anos.

"A nossa diplomacia continuará a ser uma diplomacia que vai se plasmar em objetivos de paz, de consenso e de cooperação com os outros países e organizações com os quais lidamos. A nível da Cplp, trabalhamos nesse sentido porque achamos que a cooperação particularmente entre os países deve ser fundamentada numa relação de irmandade, de amizade e sobretudo para contribuir para uma relação mais sólida e maior entre países que estão numa organização com todos iguais em que não haja ninguém que seja superior aos outros. Esta é a nossa visão."

O diplomata disse que a cooperação no bloco lusófono deve ser fundamentada em irmandade e solidez.

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