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Próximas semanas podem ser decisivas para democracia no Haiti BR

Sandra Honoré, representante especial do secretário-geral da ONU no Haiti. Foto: ONU/Loey Felipe

Próximas semanas podem ser decisivas para democracia no Haiti

Afirmação foi feita pela chefe da Missão da ONU no país, Sandra Honoré apresentou ao Conselho de Segurança relatório sobre a situação haitiana; ela pede aos políticos que levem em consideração os interesses do povo.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.

A representante especial do secretário-geral da ONU no Haiti foi ouvida na tarde desta quinta, em Nova York, pelos países-membros do Conselho de Segurança.

Sandra Honoré é também chefe da Missão da ONU no país, a Minustah. Ela apresentou o relatório do secretário-geral sobre a situação no Haiti. No Conselho, Honoré afirmou que as próximas semanas serão decisivas para a consolidação da democracia.

Contexto

A todos os envolvidos no cenário político haitiano, ela pediu que ajam de boa fé e sejam guiados pelo interesse da população. O Haiti teve eleições legislativas em agosto e em outubro e o Parlamento do país voltou a funcionar depois de um ano.

Outubro também foi mês de presidenciais, com o segundo turno previsto para 27 de dezembro, o que não ocorreu.

Futuro

Novas eleições para presidentes foram marcadas para 24 de janeiro e segundo Honoré, manifestações violentas impediram o pleito. Por um acordo de fevereiro, Jocelerme Privert foi escolhido como presidente interino e fica até maio no cargo.

Antes da reunião no Conselho, a representante da ONU no país, Sandra Honoré, concedeu entrevista à Rádio ONU e falou sobre o cenário político.

“O processo eleitoral tem sido o processo mais complexo na história das eleições no país. A minha mensagem para as autoridades provisórias seria de executar este acordo de 5 de fevereiro, de continuar o processo eleitoral e de trabalhar para que o país possa recuperar a institucionalidade democrática.”

Economia Frágil

Segundo a chefe da Minustah, Sandra Honoré, o Conselho de Segurança está muito preocupado com a situação política haitiana.

“O Conselho exprimiu a sua posição de frustração com essa situação e exortou as autoridades (haitianas) a fazer todos os esforços necessários para por fim a esse impasse e para concluir esse processo eleitoral para que o país possa ter de novo um presidente da República eleito pelo povo.”

Sandra Honoré garantiu que a situação de segurança de momento é pacífica, porém frágil. A economia haitiana mostra sinais de cansaço, com os investimentos públicos e privados em forte declínio e aumento da inflação.

Com isso, a representante da ONU no Haiti destacou que os gastos sociais foram reduzidos. A seca, consecutiva pelos últimos três anos, também impactou fortemente as colheitas, fazendo com que 1,5 milhão de haitianos sofram de insegurança alimentar.