UIP: é muita baixa representação dos jovens nos Parlamentos
União Interparlamentar afirmou que isso acontece quando a população global desse grupo é a maior da história; relatório mostra que apenas 1,9% dos 45 parlamentares no mundo têm menos de 30 anos.
Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.
A União Interparlamentar, UIP, alertou que os jovens estão muito mal representados nos Parlamentos mundiais no momento em que a população global desse grupo é a maior da história.
Segundo relatório divulgado esta quarta-feira, em Lusaka, na Zâmbia, apenas 1,9% dos 45 mil parlamentares no mundo tem menos de 30 anos.
Melhora
O nível atual mostra quase nenhuma melhora em comparação ao estudo anterior feito pela UIP em 2014, nos 128 países pesquisados.
Quase um terço dos Parlamentos e Câmaras de Deputados e aproximadamente 80% dos Senado não têm um único membro com idade inferior a 30 anos.
Apenas quatro países têm 10% ou mais de seus parlamentares abaixo dessa idade, são eles: Equador, Finlândia, Noruega e Suécia.
O índice de representantes sobe para 14,2% entre os parlamentares com até 40 anos e 26% até os 45 anos.
Menor
Segundo a ONU, o total de membros de Parlamentos é bem menor do que comparado com a população em geral. As pessoas entre 22 e 44 anos correspondem a 57% dos eleitores mundiais.
Apesar dos números baixos, o relatório cita sinais de progresso nas últimas eleições mostrando que em nove países que realizaram pleitos, o índice de membros eleitos com até 45 anos passou de 50%.
As nações que utilizam sistemas de cotas, onde uma quantidade de assentos é reservada para minorias, conseguiram superar as metas iniciais para a eleição de jovens.
Dado Interessante
Um dado interessante do estudo mostrou que quanto maior a proporção de pessoas com menos de 30 anos entre a população de um país, menor é o número de membros do Parlamento eleitos nessa mesma faixa etária.
A UIP afirmou que as mulheres sofrem “uma dose dupla de desigualdade”, porque elas são jovens e porque são mulheres. No entanto, o equilíbrio de gêneros é maior entre os jovens parlamentares eleitos.
O documento diz que não há nenhum padrão geográfico em relação ao assunto, com países com os índices mais altos e mais baixos espalhados por todos os continentes.
A maior taxa de jovens nos Parlamentos foi registrada na Suécia, com 12,3% e a menor no Butão, com 9,1%.
Entre as 10 recomendações oferecidas pela UIT estão o alinhamento da idade em que uma pessoa pode concorrer para um cargo político com a idade mínima para se votar.
O relatório explica que isso pode impedir que os jovens tenham que esperar anos, em alguns casos até os 45 anos, antes de se tornarem um membro do parlamento.